A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) se levantou contra a proposta do governo federal de aprovar o uso do chamado “diesel verde” na mistura de biodiesel.
Na semana passada, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu criar um grupo de trabalho para analisar a incorporação de novas alternativas renováveis ao óleo diesel no mercado brasileiro, que terá prazo de 120 dias para submeter um relatório final. A questão é de interesse da Petrobras, que pretende vender um novo Diesel RX, feito a partir da tecnologia H-Bio, como “diesel verde”. No entanto, para a Abiove, o combustível que a Petrobras pretende produzir é um diesel eminentemente fóssil, com uma pequena fração de composição renovável. Caso seja vendido como “diesel verde”, os produtores de biodiesel temem que a petroleira prejudique o mercado de biocombustíveis no Brasil. Já o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) comemorou a proposta.
Outra resolução aprovada pelo CNPE na semana passada definiu diretrizes para o novo modelo de comercialização de biodiesel, que ainda deve ser regulado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ele deverá garantir o atendimento ao percentual obrigatório de biodiesel. Para tanto, deve prever que até 90% do volume do biodiesel total comercializado seja proveniente de produtores com Selo Biocombustível Social (SBS), além de não vetar a utilização de matéria-prima importada para a produção do biodiesel. O novo modelo deve entrar em vigor até 1º de janeiro de 2022. O portal Biodiesel BR deu mais detalhes.
ClimaInfo, 15 de dezembro 2020.
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