Biden anuncia novas medidas ambientais e promete revisar meta climática nos EUA

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Joe Biden deve anunciar hoje (27/1) uma série de medidas para reforçar a proteção ambiental e climática nos EUA, desfazendo-se de algumas flexibilizações impostas nos últimos quatro anos pela gestão Trump. Uma dessas medidas será a proibição de novas permissão para exploração de petróleo em terras públicas federais, o que atinge em cheio os interesses da indústria petroleira nos EUA. Biden também deve orientar o governo a conservar 30% de todas as terras e água sob controle federal até 2030, criar uma força-tarefa para montar um plano para mitigação das emissões de carbono da administração federal e assinar um decreto colocando a mudança do clima como uma prioridade de segurança nacional. Associated Press, Independent, NY Times, Reuters e Washington Post destacaram a expectativa em torno dos anúncios.

Essas medidas tentam aplacar a ansiedade de ativistas e lideranças políticas do Partido Democrata, que colocaram a questão climática no centro do debate eleitoral nos EUA no ano passado. Ainda assim, Biden deve seguir sob pressão para implementar o quanto antes novas ações para enfrentar o aquecimento global. O próprio líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, defendeu ontem (26/1) que o presidente declare a crise climática como uma emergência nacional, o que daria mais margem de manobra para a Casa Branca implementar medidas mais abrangentes sem se preocupar com a oposição republicana. Já funcionários da agência norte-americana de gerenciamento de emergências (FEMA) estão desenhando caminhos para que o governo possa liberar até US$ 10 bilhões em recursos imediatos para reforçar a adaptação de áreas vulneráveis a eventos climáticos extremos.

Enquanto isso, o enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, prometeu que os compromissos do país sob o Acordo de Paris serão revisados pelo novo governo. No entanto, como Daniela Chiaretti informou no Valor, Kerry não deu detalhes nem prazo para que a contribuição nacionalmente determinada (NDC) norte-americana seja apresentada. No 1º dia de governo, Biden assinou o retorno dos EUA ao Acordo, que deve ser formalizado pela UNFCCC até meados de fevereiro.

 

ClimaInfo, 27 de janeiro de 2021.

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