Especialista lamenta meta climática do Brasil: “Decepcionante”

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A falta de ambição dos compromissos climáticos anunciados pelo governo Bolsonaro no final do ano passado complica ainda mais a posição do Brasil no tabuleiro das negociações internacionais para o Acordo de Paris. O alerta foi dado por David Waskow, do World Resources Institute (WRI), em entrevista para O Globo. Ele comentou sobre as mudanças recentes no cenário político internacional, em particular a posse de Joe Biden na presidência dos EUA, e como elas podem impactar os esforços globais contra a mudança do clima.

Waskow defendeu que os EUA assumam maior responsabilidade no combate ao desmatamento na Amazônia, tirando do papel a promessa feita por Biden durante a campanha eleitoral de destinar bilhões de dólares para os países amazônicos avançarem na conservação da floresta. No entanto, qualquer benefício potencial ao Brasil dependerá de como Bolsonaro reagirá a essa nova realidade. Sobre a nova contribuição nacionalmente determinada (NDC) do Brasil para o Acordo de Paris, Waskow é contundente: segundo ele, a meta climática para 2030 é “decepcionante”.

Na mesma linha, o embaixador Sérgio Amaral afirmou ao Estadão que o governo Bolsonaro colhe os frutos de uma política externa “equivocada”, encabeçada por ministros (como Ricardo Salles e Ernesto Araújo) que “não têm credibilidade”. “Não é o mundo que está contra o Brasil, é o Brasil que está contra o mundo. Precisamos fazer uma avaliação dos custos que essa política externa está trazendo. O Brasil está sozinho”, disse Amaral.

Em tempo: O governo federal publicou ontem (25/1) decreto instituindo o Sistema Integrado e o Comitê Técnico de Acompanhamento do Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Ele terá como principal tarefa verificar dados relativos às emissões de gases de efeito estufa das atividades agropecuárias no Brasil, a partir da consolidação dos dados de diversas fontes oficiais, como a Plataforma ABC (Embrapa) e o Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor) do Banco Central. Já o comitê irá consolidar e sistematizar os dados do sistema integrado, com objetivo de prestar apoio técnico e científico à Comissão Executiva Nacional do Plano ABC. A Agência Brasil deu mais detalhes.

 

ClimaInfo, 26 de janeiro de 2021.

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