Por anos, Vaca Muerta foi vista como o “bilhete premiado” da Argentina para se tornar uma das maiores produtoras de combustíveis fósseis do mundo. Mesmo em tempos recentes, com a queda acentuada dos preços internacionais do petróleo, o governo de Alberto Fernández reafirmou o compromisso de Buenos Aires com a exploração dessas reservas. No entanto, a aposta argentina em Vaca Muerta dificulta cada vez mais a viabilidade dos compromissos climáticos do país, como a meta de zerar suas emissões líquidas de carbono até 2050 e duplicar a geração de energia renovável no país nos próximos cinco anos (de 10% para 20% da matriz energética).
A Bloomberg abordou essa dualidade e destacou os dilemas encarados pelo governo argentino com Vaca Muerta. Para alguns analistas, a exploração dessa vasta reserva de óleo e gás é o caminho para que o país saia da crise econômica na qual está afundado há mais de 20 anos. Eles também apontam que a exploração desses recursos precisa acontecer o quanto antes, para evitar o colapso esperado para o mercado fóssil nas próximas décadas. No entanto, se esse colapso acontecer mais cedo, ainda nesta década, os argentinos poderão ficar com um gigantesco elefante branco nas mãos, incapaz de gerar riqueza, apenas carbono.
ClimaInfo, 11 de março de 2021.
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