Ambientalistas lançam campanha milionária para pressionar agenda verde de Biden nos EUA

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Organizações ambientalistas dos EUA lançaram nesta semana uma campanha publicitária para pressionar o governo de Joe Biden e o Congresso a avançarem com um plano trilionário para impulsionar a ação climática e a transição energética. Ela visa aproveitar o ímpeto da aprovação recente do pacote econômico de US$ 1,9 trilhão, na semana passada, para posicionar a questão climática como a próxima prioridade política nos corredores do poder em Washington. NBC News e The Hill deram mais detalhes.

A Casa Branca ainda está esboçando uma nova estratégia climática nacional, que deverá ser divulgada no próximo mês antes da cúpula climática convocada por Biden para celebrar o Dia da Terra, no dia 22 de abril. Como o tabuleiro partidário no Congresso não é confortável para Biden – os democratas possuem maioria estreita nas duas Casas – o governo ainda quebra a cabeça para decidir quais ações serão tomadas através de decreto executivo e quais deverão ser submetidas para discussão no legislativo. Um dos pontos que devem ser mais contenciosos nesse plano será a forma como o governo pretende financiar o novo plano climático. Segundo a Bloomberg, um dos caminhos que estão sendo explorados pela Casa Branca é aumentar os impostos de empresas e pessoas físicas de alta renda – algo visto como heresia entre a oposição republicana e até mesmo alguns democratas mais moderados.

Em tempo 1: O tom mais duro da época da campanha eleitoral ficou para trás, mas o relacionamento entre Biden e Bolsonaro ainda não é de confiança mútua. Como Daniela Chiaretti destacou no Valor, o pragmatismo tem sido a palavra de ordem no diálogo bilateral, especialmente pelo lado dos EUA. No entanto, esse mesmo pragmatismo não dá espaço para que o governo Bolsonaro tergiverse sobre questões delicadas como a do desmatamento da Amazônia pelos próximos dois anos. Ela ouviu Nicholas Zimmerman, ex-diretor do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca para o Brasil na gestão Obama e hoje  diretor da Columbia University, para quem o silêncio sepulcral com que os americanos têm tratado os encontros com o governo brasileiro é indício de que não se sensibilizarão com peças de propaganda.

Em tempo 2: A deputada Deb Haaland tornou-se ontem (16/3) a primeira liderança indígena dos EUA a assumir um cargo ministerial no governo norte-americano. Membro do povo Laguna, Haaland foi a primeira indígena a ser eleita para o Congresso dos EUA em 2018 pelo estado do Novo México e, agora, assumirá o comando do Departamento do Interior. No ano passado, ela encabeçou uma declaração de parlamentares do país contra a aprovação do projeto de lei de regularização fundiária no Brasil. NY Times, Washington Post e Reuters destacaram a aprovação de Haaland pelo Senado e sua posse.

 

ClimaInfo, 17 de março de 2021.

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