As emissões das indústrias longe da meta de Paris 

emissões das indústrias

Dos 10 setores industriais que mais emitem gases de efeito estufa no mundo, nenhum está na rota para cumprir as metas de 2050. Pior, setores como o do alumínio e da mineração, seguem aumentando suas emissões desde a recuperação pós-crise de 2009. O relatório anual da TPI (Transition Pathway Initiative), que congrega investidores responsáveis por uma carteira de US$ 25 trilhões, monitora mais de 400 corporações responsáveis por 16% do mercado global. Alguns setores, como aço e cimento, vêm reduzindo suas emissões desde 2014. Mas apenas 14 delas demonstraram um real comprometimento com uma meta de net-zero até 2050. O relatório tem um tom mais otimista, indicando que cada vez mais empresas estão assumindo este tipo de meta, mesmo que ainda falte chegar à chaminé das fábricas. Vale ver a matéria do Financial Times e do Edie.

Um dos setores menos transparentes é exatamente o maior responsável pelo aquecimento global – o do petróleo e gás. O tamanho das reservas já é tecnicamente difícil de se avaliar com precisão. A velocidade com que estas reservas são exploradas é assunto estratégico para empresas e também para governos. Assim, dois grupos (Carbon Tracker e GEM) se juntaram para criar um sistema de registro de exploração de petróleo, gás e carvão. O principal objetivo é acompanhar o quão longe estamos de estourar o orçamento de carbono para manter o aquecimento global em 1,5oC. Isto serve para  informar governos e investidores se estão alinhados com Paris. O artigo no Financial Times de Mark Campanale, diretor executivo do Carbon Tracker, diz que este registro deixa os poluidores sem ter por onde se esconder ou fugir.

 

ClimaInfo, 15 de abril de 2021.

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