Cúpula Climática: países anunciam novos compromissos e metas

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Enquanto o Brasil tropeça, as principais potências globais avançam com novos compromissos e ações para reduzir ainda mais as emissões de carbono ao longo das próximas décadas. A Cúpula Climática foi marcada por anúncios importantes de aumento da ambição dos objetivos nacionais e internacionais sob o Acordo de Paris.

Os EUA confirmaram a meta de sua nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), com a promessa de reduzir as emissões do país em 50% até 2030 com relação a 2005. Segundo Joe Biden, esse compromisso coloca a economia norte-americana no caminho certo para viabilizar a neutralidade do carbono até 2050. Associated Press, Bloomberg, Financial Times, Guardian, NY Times, Reuters e Washington Post deram mais detalhes.

O premiê britânico, Boris Johnson, celebrou a nova meta dos EUA, argumentando que ela representa um “ponto de inflexão” importante para os esforços climáticos globais, segundo a Reuters. O anfitrião da próxima COP26 ressaltou que a ação climática é sinônimo de crescimento e empregos e que a retomada econômica pós-pandemia representa uma oportunidade importante para uma recuperação mais verde. BBC e Guardian também destacaram a fala de Johnson.

Do outro lado do Canal da Mancha, o francês Emmanuel Macron defendeu que o sistema comercial e financeiro internacional considere a questão ambiental em seus custos para catalisar a transição para uma economia mais verde. Um dos pontos assinalados por ele, de acordo com a Reuters, foi a imposição de uma tarifa do carbono sobre o comércio exterior, que vem sendo discutida dentro da União Europeia nos últimos meses.

Na Rússia, o presidente Vladimir Putin sugeriu a possibilidade de criar termos e condições preferenciais para investimento estrangeiro em projetos de energia limpa no país – que é um dos maiores produtores de petróleo e gás e um dos principais fornecedores de combustíveis fósseis para o continente europeu.

Já na Ásia, a China reforçou sua promessa de atingir a neutralidade do carbono antes de 2060, com esforços para antecipar o pico de suas emissões em algum momento nesta década. Além disso, o governo chinês confirmou que pretende reduzir o consumo de carvão para geração elétrica na 2ª metade desta década. Ao mesmo tempo, Pequim afirmou também que a questão climática não pode ser usada como moeda de troca em disputas geopolíticas com os EUA e a Europa. A CNN Brasil detalhou os planos chineses.

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, também aproveitou a Cúpula para confirmar a nova meta climática do país para 2030: corte de 46% das emissões em relação aos níveis de 2013, com esforços para ampliar a redução para até 50%. Segundo a Associated Press e a Reuters, o Japão também reafirmou seu compromisso com a neutralidade em carbono em 2050.

Na América do Sul, a novidade foi a nova meta climática da Argentina. O presidente Alberto Fernández anunciou que o país pretende reduzir suas emissões em 27,7% até 2030, com vistas a neutralizá-las até 2050. Para tanto, o governo argentino disse que adotará medidas para impulsionar a geração elétrica por fontes renováveis, ampliando sua representatividade para 30% na matriz elétrica do país. Outro destaque é o projeto de lei que a Casa Rosada encaminhará ao Congresso argentino nos próximos dias, que torna o desmatamento ilegal um crime ambiental. O Valor destacou o anúncio de Buenos Aires.

Folha e Um Só Planeta fizeram um levantamento das novas metas apresentadas no evento.

 

ClimaInfo, 23 de abril de 2021.

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