Além dos EUA, outra preocupação que Bolsonaro deveria ter na seara internacional é o futuro do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que segue em compasso de espera por conta da frustração dos europeus com a política ambiental brasileira. O chanceler Carlos França defendeu a aprovação do texto nos próximos meses, alegando que este inclui compromissos e instrumentos para melhorar a proteção do meio ambiente nos países do Mercosul. Para ele, o documento “não tem falhas, nem deficiências”. O Globo e Valor repercutiram as falas.
Ao mesmo tempo, o ministro também refutou a possibilidade de uma renegociação formal do acordo. Entidades da indústria brasileira e europeia também vieram ao resgate do acordo comercial, defendendo em carta pública que o documento é equilibrado, com “regras ambiciosas e avançadas em desenvolvimento sustentável”.
Ao menos formalmente, a UE segue interessada na aprovação do acordo até o final deste ano, segundo informou a Reuters. No entanto, como apontou Patrícia Campos de Mello na Folha, a expectativa de membros do Parlamento Europeu é muito baixa, ao menos até o final de 2022, quando termina o mandato de Bolsonaro no Brasil. Eles não enxergam disposição em Brasília, ao menos na atual administração, para endereçar os pontos mais problemáticos do acordo para o meio ambiente. No Correio Braziliense, o eurodeputado espanhol Miguel Urbán reforçou as críticas de alguns de seus colegas à situação ambiental do Brasil e defendeu uma investigação internacional sobre os ataques de Bolsonaro ao meio ambiente e aos Povos Indígenas, bem como a resposta do governo brasileiro à pandemia.
ClimaInfo, 03 de maio de 2021.
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