Emissões da China superam soma de todos os países desenvolvidos

emissões China

O gigante chinês finalmente superou os concorrentes ocidentais – bem, ao menos no que diz respeito às emissões de carbono. Segundo levantamento feito pela consultoria Rodhium Group, as emissões de gases de efeito estufa da China representaram 27% do total mundial em 2019, excedendo pela primeira vez a somatória das emissões dos países desenvolvidos. Naquele ano, os chineses liberaram 14,093 bilhões de toneladas de CO2 equivalente (GtCO2e), enquanto os países da OCDE emitiram um total de 14,057 GtCO2e. As emissões chinesas em 2019 representam o triplo do total que o país emitiu em 1990 e 25% acima dos níveis de 2009. Até mesmo as emissões per capita da China começam a se aproximar da média das nações ricas: em 2019, esse número chegou a 10,1 toneladas de CO2e por pessoa, pouco abaixo das 10,5 toneladas registradas nos países ricos. Em termos per capita, os EUA seguem sendo o país com a maior média mundial, de 17,6 toneladas de CO2 e. Bloomberg, Reuters e Washington Post repercutiram esses dados.

Falando na China, Minxin Pei escreveu no Project Syndicate sobre os limites da cooperação climática de Pequim com o governo Joe Biden nos EUA. A Casa Branca tem tentado distanciar a agenda climática de outros pontos mais espinhosos do relacionamento diplomático com os chineses, o que tem dado certo – ao menos, até agora. No entanto, para Pei, o mundo não pode alimentar ilusões sobre a disposição dos dois países para cooperar na questão climática. “O melhor a se esperar é que as duas superpotências sejam disciplinadas o suficiente para evitar colocar em risco a sobrevivência da humanidade enquanto lutam por vantagens geopolíticas”, escreveu.

Ainda sobre o tabuleiro geopolítico, o governo chinês anunciou a suspensão “indefinida” das conversas diplomáticas com a Austrália, em mais um indicativo da deterioração das relações políticas e comerciais entre os dois países. Nos últimos meses, China e Austrália protagonizaram diversos embates. Primeiro, o governo australiano impediu que empresas chinesas participassem das conversas sobre a implementação de tecnologia de telefonia 5G no país. Em seguida, como retaliação, o governo chinês impôs novas regras que, na prática, paralisaram a entrada de carvão australiano nos portos do país. O Valor deu mais informações sobre o entrevero sino-australiano.

 

ClimaInfo, 7 de maio de 2021.

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