Depois de boom no ano passado, empresas de energia eólica enfrentam cenário mais incerto

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O ano de 2020 foi mágico para o setor de energia eólica em todo o mundo, com um desempenho histórico em termos de geração elétrica e de valorização das indústrias. No entanto, como destacou o Financial Times, o primeiro trimestre de 2021 foi um tremendo balde de água fria na cabeça dessas empresas. O resultado financeiro do setor nos primeiros três meses do ano foi muito aquém da expectativa, o que derrubou o valor das ações de muitas “queridinhas” do mercado eólico, como Orsted, Vestas e Siemens Gamesa.

Para especialistas financeiros, o movimento é natural, já que os ganhos registrados no ano passado foram muito além das estimativas iniciais; com a normalização do mercado energético, era esperado que houvesse uma queda neste ano. Ainda assim, o setor está preocupado com a reverberação dessa desvalorização no médio prazo, especialmente no que diz respeito à oferta de capital para investir na expansão dos negócios. Outra preocupação é o aumento do preço de matérias-primas importantes para a fabricação dos geradores eólicos, que pode “estrangular” as empresas em um momento de alta na demanda por essa tecnologia.

Em tempo: Um relatório do Banco Mundial revelou que a queima de gás natural associada à exploração de petróleo caiu em 2020, impulsionada pela desaceleração da indústria petrolífera causada pela pandemia. Segundo o Global Gas Flaring Tracker, a queima global de gás caiu 5% no ano passado – de 150 bilhões de metros cúbicos em 2019 para 142 bilhões. No entanto, o total de gás desperdiçado pelas indústrias petroleiras seria suficiente para abastecer a demanda dos países da África subsaariana, por exemplo. Os EUA foram responsáveis por 70% do declínio global no período, com uma queda de 32% na queima de gás entre 2019 e 2020. Além dos EUA, outros seis países seguem respondendo sozinhos pela maior parte (40%) do gás desperdiçado – Rússia, Iraque, Irã, Argélia, Venezuela e Nigéria. O NY Times repercutiu os dados dessa análise.

 

ClimaInfo, 11 de maio de 2021.

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