Milhões de emissões de térmicas inflexíveis na privatização da Eletrobras

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O relator da MP 1.031/21, dispondo sobre a privatização da Eletrobras, acrescentou emendas que aumentarão em 50% as emissões do setor elétrico, que passarão de cerca de 40 para quase 60 milhões de tCO2e anualmente. O deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) quer que o comprador da Eletrobras se comprometa a construir térmicas a gás com capacidade total de 6 GW para operarem o tempo todo e não para complementar as fontes renováveis variáveis. Elas custariam no mínimo R$ 30 bilhões. Ele também instrui que as usinas devam ser construídas no Pará, em Rondônia, Brasília e Minas Gerais. Para isso acontecer, alguém terá que construir milhares de quilômetros de gasodutos e, talvez, ter que reforçar as redes de transmissão para trazer a eletricidade de volta para os centros consumidores. Não satisfeito, Nascimento quer transferir cerca de R$40 bilhões em recebíveis da Eletrobrás para a Eletronuclear (responsável pelas usinas nucleares) e pela estatal a ser criada para cuidar de Itaipu. A notícia é do Valor.

Enquanto isso, o Operador Nacional do Sistema avisou o governo que há um risco de déficit de geração no final do ano. Junto com o aviso, a recomendação para liberar o despacho de usinas independente do seu custo de geração (bandeira vermelha e para-lá-de-vermelha) e investir no reforço das linhas de transmissão para aumentar a capacidade de transferir energia por todo o país. O artigo do Valor menciona a possibilidade de um tarifaço no ano que vem se as bandeiras não derem conta de pagar a energia gerada pelas térmicas.

 

ClimaInfo, 18 de maio de 2021.

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