ExxonMobil: Assembleia de acionistas vira “campo de batalha” para ativistas climáticos

24 de maio de 2021

A semana promete ser quente na ExxonMobil. A gigante petroleira dos EUA se prepara para uma das assembleias de acionistas mais importantes das últimas décadas, com cada vez mais investidores assumindo papel de ativistas para pressionar a direção da companhia por metas e ações climáticas mais ambiciosas. O grupo Engine N.1, que reúne acionistas com preocupações climáticas, pretende forçar a ExxonMobil a substituir um terço de seu conselho com diretores alinhados com a agenda de baixo carbono. Se isso acontecer, a pressão sobre o atual CEO da companhia, Darren Woods, aumentará consideravelmente.

Como destacou a Bloomberg, a direção da Exxon assiste a essa movimentação com “perplexidade”, por causa da rapidez com a qual os ativistas conseguiram ocupar novos espaços no grupo de acionistas, a ponto de ameaçar mudanças profundas na direção da empresa.

Ao Financial Times, Woods prometeu alinhar o trabalho da companhia com aquilo que for definido pelos acionistas na assembleia desta semana. O jornal britânico também destacou o tabuleiro corporativo que deve definir o futuro da Exxon: os três maiores fundos de pensão dos EUA anunciaram que apoiarão o Engine N.1; além disso, outros três fundos privados mastodônticos (BlackRock, Vanguard e State Street), que detêm mais de 20% das ações da Exxon, também poderão votar por mudanças na direção da companhia, a depender da dinâmica de interesses entre seus investidores. Reuters e Washington Post também repercutiram a sinuca-de-bico da ExxonMobil.

Enquanto isso, outras petroleiras também sentem a pressão crescente de ativistas climáticos infiltrados entre seus acionistas. Na Shell, o maior gestor de fundos do Reino Unido, o Legal & General Investment Management (LGIM), anunciou que pretende se unir a outros acionistas e cobrar a direção da empresa por mais ambição em seus compromissos climáticos. Já na Chevron, a situação é parecida: o grupo ativista Follow This organiza uma “rebelião” de acionistas para exigir a definição de metas de redução de carbono da companhia. A francesa Total também enfrenta cobranças de seus acionistas por causa da falta de ambição de sua estratégia corporativa para o baixo carbono.

 

ClimaInfo, 25 de maio de 2021.

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