Uma das principais personalidades políticas do debate internacional sobre clima, o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, foi o principal nome da edição 2021 do evento Cidadão Global, realizado ontem (25/5) pelo jornal Valor Econômico e pelo banco Santander Brasil. Citando dados de uma análise da seguradora Swiss Re, Gore ressaltou que o Brasil pode experimentar uma queda de até 17% no Produto Interno Bruto até 2048 se não adotar medidas para mitigar o aquecimento global.
Sobre a Amazônia, Gore afirmou que a soberania brasileira não pode ser questionada, mas que o país não pode simplesmente ignorar as preocupações internacionais com a situação da floresta. Para ele, a Amazônia tem um papel importante a desempenhar nos esforços globais para se conter a mudança do clima, o que exige ações concertadas entre os diferentes países, iniciativa privada e sociedade civil. Gore considera positivas as promessas feitas por Bolsonaro na Cúpula Climática, em abril passado, porém ressaltou que o país precisa fazer mais para tirar do papel esses compromissos.
Em termos globais, o ex-vice de Bill Clinton nos EUA reforçou que a transição energética precisa ser acelerada nesta década e isso passa pelo abandono dos combustíveis fósseis. Caso os países fracassem nesse esforço, o mundo pode enfrentar outro risco além do climático – o financeiro. “Estamos diante do risco de uma bolha global de carbono, como as das [hipotecas] subprime, sendo que US$ 22 trilhões de ativos de carbono de segunda linha já estão lançados nos balanços de empresas multinacionais e fundos soberanos, mas jamais serão queimados”, alertou.
ClimaInfo, 26 de maio de 2021.
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