Ainda faltam algumas semanas para a chegada oficial do verão no hemisfério norte, mas os termômetros já estão atingindo temperaturas altas na costa oeste dos EUA, trazendo preocupação sobre o risco de novos incêndios florestais massivos nos próximos meses. De acordo com o NY Times, as temperaturas deverão superar a marca de 41°C no vale de San Joaquin, no norte da Califórnia, em vários dias nesta semana. Os meteorologistas esperam que o calor siga forte nas próximas semanas, com a possibilidade de temperaturas acima dos 40°C em estados como Califórnia, Nevada, Oregon, Washington e Montana. Na divisa com a Califórnia, os termômetros podem chegar a 47°C na região do Vale da Morte nos próximos dias.
Na Reuters, agricultores californianos relataram a apreensão com o impacto das altas temperaturas (e do risco de incêndio) na produção. As autoridades da Califórnia ainda não confirmaram, mas espera-se que os níveis de água destinados para irrigação sejam diminuídos nos próximos meses por causa dos baixos níveis dos reservatórios. Além do prejuízo econômico potencial, os produtores também estão preocupados com a viabilidade de seus negócios no longo prazo, considerando que o calor tem sido cada vez mais intenso na região nos últimos anos, com episódios frequentes de falta de chuva e desabastecimento hídrico.
Já nas cidades, a chegada do calor está fazendo com que as administração locais recorram a profissionais da área de clima para melhorar a resiliência e diminuir o impacto das fortes temperaturas na saúde da população e na infraestrutura urbana. Falamos aqui na semana passada sobre Miami, que criou um escritório governamental dedicado ao calor. A Reuters trouxe outros exemplos parecidos, como Tucson, no Arizona, e Los Angeles, na Califórnia. Desde 2019, pelo menos 30 cidades norte-americanas tomaram medidas similares, com a contratação de especialistas para combater os impactos do calor extremo.
Em tempo: Com o Brasil em alerta pela estiagem, a Bolívia começa a registrar os primeiros incêndios florestais na região do Pantanal, perto da fronteira com o Paraguai. Segundo a Reuters, ao menos 2,2 mil hectares de vegetação foram danificados pelo fogo. Os bombeiros estão trabalhando dia-e-noite para evitar que os incêndios atinjam as mesmas proporções daqueles registrados em 2019, que destruíram mais de 2,1 milhões de hectares de floresta.
ClimaInfo, 2 de junho de 2021.
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