OTAN reconhece crise climática como ameaça à segurança global e prepara plano para descarbonização militar

OTAN CRISE climática

Pela 1ª vez na história, os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) reconheceram a mudança do clima como uma ameaça à segurança internacional e concordaram com um plano de ação climática para reduzir as emissões de carbono associadas a operações militares. Essa questão estava no radar da OTAN nos últimos anos, mas a presença do negacionista Donald Trump na presidência dos EUA inviabilizou qualquer discussão ou avanço no tema. Com Joe Biden na Casa Branca, a aliança militar finalmente conseguiu se posicionar publicamente em favor da ação climática.

Segundo o comunicado conjunto, divulgado nesta 2ª feira (14/6) depois de uma reunião de cúpula dos líderes da OTAN em Bruxelas, a organização pretende “avaliar a viabilidade” de uma meta de neutralidade de suas emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050, em linha com os compromissos nacionais recentes e com as metas do Acordo de Paris. “A mudança do clima é um multiplicador de ameaças que impacta a segurança da Aliança”, diz o texto. “As mudanças climáticas colocam nossa resiliência e preparação civil à prova, afetam nosso planejamento e a resiliência de nossas instalações militares e infraestrutura crítica e podem criar condições mais adversas para nossas operações”.

Além das ações diretas, a OTAN também reconheceu a necessidade de os países do grupo buscarem um diálogo construtivo com a China (país tido como o mais novo adversário geopolítico da aliança ocidental) na agenda climática. BBC, Climate Home, Deutsche Welle, Financial Times, Reuters e Wall Street Journal repercutiram os compromissos climáticos da OTAN.

 

ClimaInfo, 16 de junho de 2021.

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