Em meio a uma forte onda de calor, a América do Norte experimentou o mês de junho mais quente já registrado, de acordo com a agência europeia Copernicus.
O continente norte-americano teve temperaturas 1,2°C mais altas que a média para o mesmo mês no período de 1991 a 2020. Em comparação com os níveis pré-industriais, o aumento é mais preocupante: os termômetros registraram um aumento médio de 2°C – o número tido como o “sinal vermelho” da ciência para se evitar mudanças climáticas mais catastróficas.
Este foi o 12º ano consecutivo nos quais o mês de junho registra temperaturas acima da média histórica na região. AFP, BBC, Bloomberg, Deutsche Welle, Guardian, NY Times e Um Só Planeta destacaram esse dado.
Na Califórnia (EUA), a situação segue preocupante. Bloomberg e Reuters mostraram o drama dos produtores rurais do estado, cada vez mais pressionados pelas estiagens seguidas e pela falta de água para a lavoura.
Para os produtores californianos, além dos problemas atuais, a seca é mais um sinal de que a “normalidade” climática que permitiu à Califórnia ser um dos maiores produtores agrícolas dos EUA não existe mais.
O Wall Street Journal destacou a preocupação da indústria, outro setor importante na economia da Califórnia, com o risco de interrupção no fornecimento de eletricidade. Com o calor, a demanda elétrica aumenta consideravelmente; além disso, o risco de incêndios florestais faz com que as transmissoras e distribuidoras de eletricidade interrompam o fornecimento em situações pontuais. Esse risco está forçando o estado a buscar fontes adicionais de energia com seus vizinhos do oeste norte-americano.
Na BBC, Roger Harrabin descreveu o temor de alguns especialistas quanto ao calor na América do Norte. Para eles, o atual episódio sinaliza que os cenários mais catastróficos previstos pelos modelos climáticos não estão tão distantes da realidade prática, especialmente no que diz respeito aos efeitos locais e regionais da mudança do clima. A pergunta feita por Harrabin é pertinente (e assustadora): ainda há tempo para evitar o pior?
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ClimaInfo, 8 de julho de 2021.
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