China se prepara para inaugurar sistema nacional de comércio de emissões

China mercado de emissões

A China anunciou o lançamento de seu mercado de carbono para a próxima 6ª feira, segundo a Bloomberg, ou até o final do mês, segundo a SCMP e a Reuters. A indefinição vem sendo a marca registrada da iniciativa, originalmente prevista para dezembro de 2017.

Inicialmente, 2.225 empresas do setor elétrico receberão permissões para emitir. O volume de permissões alocada a cada uma dependerá da intensidade de carbono, ou seja, das emissões de carbono por MWh gerado. Aquelas que emitirem menos do que a meta, poderão vender suas permissões para aquelas que não conseguirem a redução exigida.

Metas de intensidade são menos rigorosas do que metas absolutas. Como citado na explicação da Reuters, uma empresa que exceder em 100% o volume de suas permissões, só precisará comprar mais 20% no mercado. Além disso, nesta fase inicial, só as térmicas a carvão terão obrigações – as térmicas a gás receberão permissões, mas não terão metas a cumprir.

Numa segunda etapa, outros oito setores entrarão no mercado: química e petroquímica, materiais de construção (aço e cimento), metais não-ferrosos, papel e celulose e a aviação. Ainda não se sabe quando esta extensão ocorrerá.

A China é o maior emissor do mundo e, nesta primeira etapa, o mercado estará abarcando emissões de 4 bilhões de tCO2e, correspondentes a 40% das emissões chinesas ou ao dobro das emissões brasileiras.

Espera-se que o mercado tenha pouco impacto nas emissões do país. Experiências piloto giraram com um preço de US$ 7 por tonelada, algo que as elétricas podem tirar de letra. Se e quando o preço atingir os praticados na Europa, algo como 10 vezes mais, o mercado será testado para valer.

Além das matérias da Reuters, vale ver as da Bloomberg e do Wall Street Journal.

 

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ClimaInfo, 15 de julho de 2021.

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