Analistas estimam que o risco de um racionamento de eletricidade é da ordem de 30% se a economia continuar crescendo. David Zylberstajn, em live do Valor, acrescentou: “Eu me focaria nesse percentual, e não nos 70% de chance de não ocorrer”. O governo, no entanto, aplica a gestão avestruz – diz que está tudo sob controle.
Para a Folha, o ministro Guedes se mostrou feliz da vida com o crescimento potencial do PIB, mesmo que isso faça o preço da eletricidade subir às alturas e aumentar o risco de um apagão. O governo acredita que o PIB crescerá 5% este ano. Pelo lado vazio do copo, o governo elevou em quase 20% a estimativa de inflação que foi para quase 6%.
Segundo a Folha, Guedes acha que o ministro Bento está antecipando os aumentos de tarifas para evitar um colapso no ano que vem, quando, na verdade, o novo valor da bandeira vermelha deve durar pouco porque não paga a conta das térmicas fósseis. O ministro sinalizou que sua real preocupação é não haver crise em ano de eleição.
E a aprovação da privatização da Eletrobrás segue provocando discussões. Entre analistas do setor e do mundo financeiro, ouvidos pelo Valor, a privatização foi bem recebida e os jabutis menos. Há quem encare a reserva de mercado para térmicas como um pequeno preço a pagar. Por outro lado, há quem preferisse que as térmicas ficassem fora, mesmo que isso provocasse atrasos no processo de privatização. Todos concordam que os jabutis encarecerão as tarifas elétricas.
Em 2014, a cidade de São Paulo sofreu um racionamento não declarado. Apesar de faltar água sistematicamente em muitos bairros, o então governador Alckmin jamais admitiu que isto estivesse acontecendo. Pelo jeito, a história se repete. Apesar das repetidas juras do ministro Bento e de gente do seu ministério de que não haverá racionamento, nem de luz, nem de água. Segundo a Folha, as cidades paulistas de Itu e São José do Rio Preto já vivem um rodízio de fornecimento.
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ClimaInfo, 15 de julho de 2021.
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