Com desconfianças e expectativas, China inaugura maior mercado nacional de carbono do mundo

China mercado de carbono

Mal o mercado de carbono chinês abriu e já aconteceu a primeira alta no preço da permissão de emissões. Na 6a feira, primeiro dia de funcionamento do mercado, a tonelada de carbono bateu no teto diário de 10% de aumento logo nos primeiros 10 minutos. Mesmo assim, o valor atingido não chegou a US$ 9, muito abaixo dos US$ 70 praticados hoje no mercado europeu.

A rigor, a notícia mais importante foi a abertura do mercado após inúmeras postergações que têm ocorrido desde dezembro de 2017. Talvez, algum dia, o mercado ajude o país a cumprir a promessa feita no ano passado, pelo presidente Xi Jinping, de atingir a neutralidade climática até 2060.

Bloomberg e AP deram a notícia. O Chris Buckley, no NY Times, escreve sobre a importância deste mercado. O Globo publicou uma tradução da matéria. E Christian Shepherd, no Financial Times, comenta porque o desenho de mercado na China é tímido demais para enfrentar a crise climática.

Nesta primeira fase do mercado, as permissões de emissão foram distribuídas por vários setores da indústria chinesa, mas apenas as corporações do setor energético terão que manter suas emissões dentro do volume de permissões que possuem. Mais adiante, os setores da siderurgia, cimento e outros grandes poluidores também terão que limitar suas emissões.

Existe uma desconfiança quanto ao sistema de controle e monitoramento do governo ainda não ter o nível do existente na Europa. Segundo a Exame, “uma empresa da Mongólia Interior, região no Norte da China, que está participando do novo mercado, já foi multada este mês por falsificar dados de emissões.”

 

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ClimaInfo, 19 de julho de 2021.

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