Enquanto hidrelétricas secam, geração eólica bate recorde no Nordeste

19 de julho de 2021

A queda na geração hidrelétrica por conta da seca que atinge os reservatórios do Centro-Oeste e Sudeste contrasta com o boom da geração eólica no Nordeste. Na TV Globo, o Jornal Nacional destacou os recordes de geração dos últimos meses na região, com destaque para o Rio Grande do Norte, maior produtor de energia eólica do país.

O estado produz cerca de 5 gigawatts (GW) desse tipo de energia, cinco vezes sua própria demanda elétrica, e prevê investimentos que superam os R$ 12 bilhões em expansão do parque gerador apenas em 2021. O Rio Grande do Norte também lidera a contratação de novos projetos pela Aneel e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), com 20 usinas no pipeline, previstas para funcionar a partir de 2024.

O Estadão destacou o potencial da geração geotérmica – o aproveitamento elétrico do calor dos níveis mais profundos da Terra. De acordo com o professor Alberto Hernandez Neto (Poli/USP), a geotermia pode levar a uma redução entre 40% e 70% do consumo de energia elétrica nos sistemas de ar condicionado. Um grupo de pesquisadores da USP está testando a aplicação desse tipo de energia na instalação de um sistema de controle de temperatura em um prédio que está sendo construído na Cidade Universitária. O experimento testará o uso de tubulações colocadas dentro das fundações do edifício.

Enquanto isso, o governo federal se desdobra para evitar um colapso no fornecimento de energia. Na semana passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pediu às usinas geradoras – em particular, às termelétricas – que adiem as manutenções programadas para o 2º semestre deste ano. Segundo O Globo, a ideia do governo é ter o parque gerador elétrico do país 100% ativo e preparado para gerar energia ao longo dos próximos meses para evitar eventuais “apagões”. Poder360 e UOL deram mais informações.

Em tempo: O pesquisador Sérgio Cortizo escreveu para o blog do jornalista Leonardo Sakamoto no UOL um texto que desconstrói a justificativa do governo federal para a crise elétrica que assombra o país. Os fatores climáticos destacados por Brasília são importantes, mas o risco de colapso na geração elétrica é resultado fundamentalmente de problemas no planejamento do setor elétrico, especialmente no que diz respeito aos efeitos da mudança do clima sobre a geração hidrelétrica.

 

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ClimaInfo, 19 de julho de 2021.

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