As últimas inundações em quase todos os continentes e as fortes ondas de calor das últimas semanas surpreenderam até os cientistas climáticos pela intensidade inédita. O que anos atrás eram eventos que aconteciam a cada século, agora desabam a cada 2 ou 3 anos. As inundações na Alemanha foram provocadas por uma massa de ar quente que cobriu uma grande área e se deslocou muito lentamente. O mesmo havia acontecido na costa oeste do Canadá e EUA. Por trás do tamanho e da baixa velocidade esteve uma ondulação e enfraquecimento do jet stream em direção ao Norte que puxou o ar quente tropical. O que se movia à jato, passou a variar a velocidades bem mais baixas. É certo que a mudança do clima é pelo menos uma das causas dessa oscilação.
As inundações em Henan, na China, foram provocadas pela colisão do tufão In-fa com uma área de alta pressão possivelmente gerada pelo mesmo jet stream.
A nova onda de calor também na fronteira entre os EUA e Canadá, desta vez na região central dos grandes lagos também está fazendo estragos e, novamente, a oscilação e enfraquecimento do jet stream.
Na última semana saíram vários artigos a respeito. Sobre o jet stream, vale ver matérias da Science, Bloomberg, Financial Times, El País e do The Guardian.
Sobre os impactos, vale ver outra matéria da Bloomberg, uma da Carbon Brief sobre recordes climáticos e outra sobre o estado do clima em 2021.
Um artigo do Financial Times traz as variações malucas de temperatura ao redor do mundo e outro sobre os incêndios florestais na Califórnia.
O New York Times traz um artigo chamado “Apocalipse já” e outro sobre chuvas, inundações e deslizamentos na Índia.
O Estadão entrevistou Artaxo, da USP, sobre o lançamento próximo da primeira parte do 6o relatório de avaliação do IPCC sobre as mudanças climáticas. Artaxo avisa que a “mudança climática não é questão de futuro, é questão do presente”. Com o mesmo tom, o Washington Post diz que chegou o momento da verdade sobre a mudança climática.
A Scientific American traz um artigo explicando porque as ondas de calor são tão mortais.
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ClimaInfo, 28 de julho de 2021.
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