Ministro novo, velhas desculpas esfarrapadas. O Fakebook destrinchou um documento publicado pelo ministério do meio ambiente nesta semana no qual a pasta sintetizou “os esforços e resultados alcançados no que toca ao controle do desmatamento ilegal e dos incêndios florestais” em 2020 – o que parece uma piada de mau gosto, considerando a explosão do desmatamento e das queimadas no último ano.
No documento, Joaquim Álvaro Pereira Leite repetiu alguns dos greatest hits que marcaram a gestão de seu antecessor, Ricardo Salles. O ministro justificou, por exemplo, a queda na fiscalização no ano passado alegando efeitos da pandemia; como o Fakebook lembrou, a fiscalização remota poderia ter sido uma solução para evitar um apagão generalizado, mas o governo preferiu ignorar a possibilidade. Além disso, a redução das autuações ambientais precede a chegada da COVID-19 ao país: desde 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, o cenário foi de desmobilização e enfraquecimento dos órgãos ambientais.
Outro exemplo de distorção foi a “constatação” do desmatamento a partir de 2012 demonstrar “o esgotamento das iniciativas anteriores” e corroborar “a necessidade de desenvolver novas soluções”. Na verdade, o governo Bolsonaro abandonou completamente o plano de combate ao desmatamento na Amazônia (PPCDAm) e não desenvolveu nenhum plano alternativo. O resultado disso foi um aumento expressivo de 61% do desmatamento em 2019-2020 na comparação com 2013-2018.
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ClimaInfo, 29 de julho de 2021.
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