Crescimento de demanda por energia complica caminho para net-zero global

demanda energética global

Projeções indicam que o aumento do consumo global de energia deve ser o principal obstáculo para um mundo climaticamente neutro. Enquanto o consumo per capita nos países ricos parece estacionar, o do mundo em desenvolvimento ainda é ⅓ do dos ricos e abrange bem mais gente. Um artigo e uma publicação de John Kemp, na Reuters, analisam esses crescimentos. Globalmente, o PIB e o consumo de energia triplicaram nos últimos 50 anos, puxados, principalmente, pelo crescimento das economias mais ricas. Neste século, enquanto o PIB cresceu 70%, o consumo de energia aumentou 50%, indicando que, nos países ricos, crescer não significa consumir mais energia. Já no resto do mundo, a relação entre os consumos per capita entre ricos e pobres pulou de um valor 7 vezes menor há 50 anos para “apenas” 3. Kemp analisa as projeções para o meio do século. Ele entende que, para suprir esta demanda crescente, a energia vinda de fontes limpas teria que crescer entre 9 a 13 vezes nos próximos 30 anos, dependendo do cenário econômico. Ele lembra que é voz corrente que o mundo precisa passar por duas transições inéditas: eletrificar toda a economia e gerar eletricidade apenas de fontes não emissoras. A essas, ele acrescenta que o desafio maior será atender as necessidades das populações dos países em desenvolvimento. Uma apresentação feita por Kemp pode ser vista aqui.

Em tempo: Akshat Rathi, na Bloomberg, escreve um artigo interessante sobre aplicações de inteligência artificial para enfrentar a mudança climática, e dá exemplos de linhas de desenvolvimento em andamento. O mais interessante é o aviso de que ela também é usada para otimizar a exploração de petróleo e gás, e que veículos autônomos podem levar a um aumento de quilômetros rodados. No final, a responsabilidade pelas decisões de onde ela será usada segue sendo demasiadamente humana.

 

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ClimaInfo, 30 de julho de 2021.

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