Onda de calor na Turquia: incêndios florestais causam morte e destruição

2 de agosto de 2021

O verão dos extremos climáticos no hemisfério norte deu as caras na Turquia, país que sofre há dias com um forte calor e incêndios florestais ao longo da costa do Mar Egeu. Pelo menos seis pessoas foram mortas pelo fogo nas regiões turísticas de Antália e Muğla. Milhares de turistas tiveram que abandonar resorts da região por conta do avanço do fogo. A fumaça dos incêndios se estendeu até a ilha de Chipre, a cerca de 150 km de distância dos principais focos de fogo.

O Guardian abriu espaço para uma análise do serviço de monitoramento meteorológico Copernicus, da União Europeia, a qual mostrou um aumento acentuado da intensidade do calor na Turquia em decorrência do fogo: na 5ª feira (29/7), a intensidade chegou a atingir cerca de 20 gigawatts, quatro vezes maior do que o máximo registrado um dia antes. “Esses números estão fora da escala em comparação com os últimos 19 anos”, observou Mark Parrington, cientista sênior da agência Copernicus.

A CNN mostrou o drama de fazendeiros na pequena vila de Kacarlar, na costa sul da Turquia: “Os animais estão pegando fogo”, disse um morador, confrontado com cenas apocalípticas na porta de sua casa. “Tudo vai queimar. Nossa terra, nossos animais, nossa casa. O que mais nós temos, afinal?”. AFP, Associated Press e Reuters também repercutiram os incêndios na Turquia.

Já o Financial Times abordou outro efeito do calor na Turquia: o surto de muco marinho que cobre uma parte do Mar de Mármara. A formação desse material é resultado direto da elevação da temperatura do mar, o que facilita a proliferação de algas, associada com a presença de esgoto e outros poluentes.

Em tempo 1: Mais ao norte, na Grécia, o calor intenso fez com que autoridades locais alertassem o público sobre o risco de viagens e trabalhos desnecessários, especialmente ao ar livre. Segundo a Reuters, os termômetros superaram a marca de 40°C na última 6 feira, forçando o fechamento da principal atração turística do país, a Acrópoles de Atenas. Falando em turistas, o calor foi tamanho que nem mesmo as praias deram conta de aliviar o mal estar: poucos se aventuraram na água quente do Mediterrâneo; alguns trechos de praia foram fechados ao longo do dia para evitar a exposição de banhistas ao sol forte. O Independent também destacou o sofrimento dos gregos com o calor.

Em tempo 2: Na outra ponta do continente europeu, a Finlândia também sofre com incêndios florestais massivos. Na semana passada, mais de 300 hectares de floresta foram consumidos pelo fogo no noroeste finlandês, próximo à fronteira com a Rússia, o pior episódio desse tipo em 50 anos no país. “Vai demorar pelo menos uma semana, até duas ou três, para apagá-lo completamente”, disse o coordenador dos brigadistas à AFP. Cerca de 250 pessoas, entre bombeiros e militares, estão envolvidos na operação.

 

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ClimaInfo, 2 de agosto de 2021.

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