Com extremos climáticos mais intensos, adaptação será chave para sobrevivência de comunidades vulneráveis

extremos climáticos

Mesmo que o mundo consiga zerar as emissões líquidas de carbono até 2050 (o que parece cada vez mais improvável, considerando a trajetória crescente das emissões e a timidez das ações de mitigação implementadas até agora), estamos condenados a conviver com mudanças climáticas consideráveis – e muitas delas já estão dando as caras, como vimos repetidas vezes ao redor do globo nas últimas semanas.

Para David Wallace-Wells, no Guardian, essa constatação sozinha já seria suficiente para que os governos colocassem a adaptação climática na prioridade do dia. O problema é que isso não está acontecendo, ao menos no ritmo e na dimensão necessários para evitar catástrofes no futuro. “Essas medidas não são triviais e não são uma forma de evitar escolhas difíceis. Elas são uma tentativa de último recurso para conciliar o clima brutal que estamos criando com um clima no qual possamos nos sentir confortáveis em viver”, escreveu.

Na mesma linha, a cientista Raquel Nunes, com passagem na Organização Mundial da Saúde (OMS) e no Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas (IPCC), ressaltou no Guardian o impacto cada vez mais devastador do calor extremo sobre as pessoas e os lugares mundo afora. “Os problemas que enfrentamos agora e veremos mais no futuro – mudanças climáticas, saúde, fome, pobreza, desigualdade – estão todos interligados. Precisamos olhar para eles não como objetos separados, mas para as conexões entre eles. Precisamos de uma abordagem holística”, disse Nunes.

Em tempo: Vale a pena conferir a reportagem de Sônia Bridi no Fantástico (TV Globo), no último domingo (1º/8), sobre as conexões entre a forte onda de frio que atingiu a maior parte do Brasil na última semana e outros eventos climáticos extremos que estão acontecendo no mundo.

 

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ClimaInfo, 3 de agosto de 2021.

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