Emissões voltam a crescer na China, nos EUA e na Alemanha 

18 de agosto de 2021

O CREA (Centre for Research on Energy and Clean Air) lançou um trabalho mostrando que as emissões da China podem vir a aumentar em 150 milhões tCO2e por ano, o equivalente às emissões da Holanda, caso as novas térmicas a carvão e siderúrgicas anunciadas no primeiro semestre se concretizem.  A retomada da economia chinesa na esteira da pandemia fez aumentar em cerca de 15% a produção de aço, assim como a eletricidade gerada a partir do carvão. No primeiro semestre, mais de 15 GW de térmicas começaram a ser construídos juntos com outros 24 GW em fase de projeto ou de retomada. Também foram anunciados 18 novos altos fornos, com capacidade de 35 milhões de toneladas de aço. O CREA diz que, nesta década, a ideia chinesa é a de substituir plantas antigas por novas, aumentando a capacidade sem aumentar as emissões. Ocorre que a demanda por aço deve cair, criando um enorme problema de ativos siderúrgicos encalhados e pressionando o governo a ralentar a transição. O trabalho foi feito em parceria com o GEM (sigla em inglês do Monitor Global de Energia). O Financial Times, a Bloomberg e a Reuters comentaram o trabalho.

Mas não é só na China que as emissões pós-pandemia voltaram a disparar: The Guardian diz que as emissões alemãs deram o maior salto em 30 anos. O consumo de fósseis aumentou na indústria, em transporte e na construção civil. No ano passado, muito por conta da pandemia, o país tinha cumprido a meta de emitir não mais que 60% das emissões de 1990. Este ano, elas devem aumentar em 5% em relação a 2020.

Nos EUA, o consumo de petróleo aumentou 10% em relação ao ano passado, embora deva fechar o ano menor do que em 2019 – mesmo com muita gente ainda trabalhando em casa, segundo o Financial Times. O aumento na demanda por petróleo fez o preço do barril quase dobrar nos últimos 12 meses e levou o presidente Biden a pedir à Arábia Saudita e à Rússia para aumentarem a produção. Como o preço do gás também subiu, o carvão recebeu um sopro de vida.

As petroleiras, por trás das juras climáticas, estão felizes. A Bloomberg conta que o apetite dos investidores por ações delas não diminuiu –  ao contrário, se houve movimento, foi para cima. Na Noruega, uma pesquisa mostrou que a maior parte da população aprova continuar extraindo petróleo e gás – apesar, como frisa a Bloomberg, de ser o país com o maior número de carros elétricos per capita do mundo.

Os avisos do IPCC parecem ter tido vida curta.

 

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ClimaInfo, 17 de agosto de 2021.

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