Chuvas extremas que devastaram BH em 2020 foram precipitadas pela crise climática

Chuvas Belo Horizonte

Na semana passada, comentamos aqui um estudo de atribuição feito por cientistas brasileiros sobre as chuvas extremas que atingiram a região de Belo Horizonte (MG) em janeiro de 2020. Segundo a análise, um evento dessa magnitude é 70% mais provável em um mundo com temperatura média cerca de 1oC acima dos níveis pré-industriais, como o que temos atualmente.

A Agência FAPESP deu mais detalhes sobre a pesquisa. As chuvas que caíram sobre aquela região de Minas Gerais no começo de 2020 foram decorrentes de uma combinação da intensificação da zona de convergência do Atlântico Sul (SACZ) com o surgimento do ciclone subtropical de Kurumí (KSC), também sobre o Atlântico, o que contribuiu para o aumento da umidade em toda a região. Belo Horizonte teve o janeiro mais chuvoso de sua história, acumulando mais de 935 milímetros de precipitação, o triplo da média histórica. Desse total, 320,9 mm caíram em apenas três dias.

“Nossa avaliação traz novos insights sobre a necessidade e a urgência de ações sobre mudanças climáticas, pois já estão impactando efetivamente a sociedade na região Sudeste do Brasil. (…) Isso exige melhorias imediatas no planejamento estratégico com foco em mitigação e adaptação. A gestão e as políticas públicas devem evoluir a partir do modus operandi de resposta a desastres, a fim de prevenir outros no futuro”, escreveram os autores do trabalho liderado por instituições científicas do Brasil e do Reino Unido.

 

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ClimaInfo, 23 de agosto de 2021.

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