Maersk investe mais de US$ 1 bilhão para construir cargueiros “neutros em carbono”

cargueiros neutros em carbono

O conglomerado dinamarquês de navegação A.P. Moller-Maersk anunciou nesta 3ª feira (24/8) a encomenda de oito navios cargueiros porta-contêineres capazes de operar com metanol neutro em carbono. Os navios serão construídos pela Hyundai Heavy Industries e terão capacidade nominal de aproximadamente 16 mil contêineres. A primeira embarcação deve ser entregue no começo de 2024; as demais, no ano seguinte.

De acordo com a empresa, os novos navios substituirão embarcações mais antigas, o que gerará uma economia de 1 milhão de toneladas de CO2 por ano. O investimento total está estimado em cerca de US$ 1,4 bilhão.

Para a Maersk, uma das maiores transportadoras marítimas de carga do mundo, os novos navios permitirão atender às exigências de clientes corporativos que possuem compromissos e metas climáticas. De acordo com a empresa, mais da metade de seus 200 maiores clientes (como Amazon, Disney, H&M e Unilever) se encaixam no perfil.

A própria Maersk pretende atingir a neutralidade em carbono até 2050. Para facilitar a transição, a corporação anunciou na semana passada uma parceria com a também dinamarquesa REintegrate para a produção de cerca de 10 mil toneladas de metanol neutro em carbono, por meio do uso de hidrogênio verde combinado com emissões de carbono capturadas da queima de bioenergia, como biomassa.

AFP, Bloomberg, Financial Times, Guardian e Reuters deram mais detalhes

Em tempo: Três dos países insulares mais ameaçados pela mudança do clima pediram à Organização Marítima Internacional (IMO) a adoção de um compromisso de descarbonização do transporte marítimo global até 2050, em linha com os objetivos do Acordo de Paris e o estado da arte da ciência climática apresentado pelo IPCC em seu relatório recente. “A humanidade está em um ponto crítico. Sem uma ação imediata e decisiva para atingirmos o pico [das emissões] e reduzirmos rapidamente as emissões de gases de efeito estufa em todos os setores, estados e culturas como a nossa serão relegados à história”, escreveu o embaixador das Ilhas Marshall na IMO, Albon Ishoda. O documento também foi subscrito pelos governos das Ilhas Salomão e de Kiribati. A informação é da Climate Home.

 

ClimaInfo, 26 de agosto de 2021.

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