NOAA: mesmo com pandemia, indicadores climáticos da Terra tiveram pior desempenho em 2020

indicadores climáticos Terra

A pandemia e a paralisação da economia global ao longo de 2020 não foram capazes de conter a piora dos indicadores climáticos globais. A conclusão é da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), que lançou um relatório sobre o estado do clima global no ano passado. Enquanto a humanidade lutava contra a COVID-19, as temperaturas médias globais ficaram em patamares similares aos atingidos nos piores anos antes da pandemia. Além disso, fontes misteriosas de metano elevaram as concentrações atmosféricas desse gás a picos sem precedentes. Na terra, o fogo devastou grandes áreas nas Américas, Europa, Ásia e África; no mar, os níveis foram os mais altos já registrados.

A análise da NOAA baseou-se em pesquisas de 530 cientistas em 66 países e foi publicada no Bulletin of the American Meteorological Society nesta semana. Os dados apresentados corroboram estudos recentes sobre o impacto diminuto da pandemia sobre o clima, além do relatório recente do IPCC que destacou a gravidade cada vez maior da crise climática.

Em 2020, as emissões de dióxido de carbono (CO2) caíram entre 6% e 7%; no entanto, a concentração média de CO2 na atmosfera aumentou para 412,5 partes por milhão (ppm), cerca de 2,5 ppm acima da média de 2019. Ao mesmo tempo, a concentração de metano aumentou para 14,9 ppm em 2020, o maior nível em milênios. Os cientistas não sabem o que causou esse aumento: a principal suspeita, a partir do tipo de metano em questão, é que ele tenha origem em processos microbióticos, e não na exploração de combustíveis fósseis. Estudos recentes abordaram o risco cada vez maior de que o degelo nas florestas de tundras e o do permafrost no hemisfério norte esteja acionando verdadeiras “bombas de metano” – grandes reservas desse gás que ficaram enterradas por milhares de anos.

CBS News e Washington Post deram mais detalhes sobre a análise da NOAA.

 

ClimaInfo, 27 de agosto de 2021.

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