Assembleia Geral da ONU: líderes internacionais enfrentam pressão por mais ação climática

Assembleia geral da ONU Guterres

Depois de dois anos, líderes internacionais participam nesta 3ª feira (21/9) da abertura da Assembleia Geral da ONU, a primeira depois da pandemia. Na agenda das conversas, o avanço da vacinação contra COVID-19 nos países pobres e a necessidade de mais ambição contra a mudança do clima despontam como os principais temas em Nova York.

Ontem, cerca de 40 líderes mundiais participaram de uma sessão fechada para discutir algumas questões que seguem bloqueando o caminho para as negociações da COP26 no final do ano, como a insuficiência dos compromissos nacionais de mitigação e dos fluxos de financiamento climático para os países em desenvolvimento. O encontro, por outro lado, não teve a participação de grandes emissores de carbono como EUA, China e Índia, informou o site POLITICO.

“Precisamos de ações decisivas agora para evitar a catástrofe climática e, para isso, precisamos de solidariedade”, cobrou o secretário-geral da ONU, António Guterres. Com franqueza incomum em ambientes diplomáticos, Guterres pediu mais proatividade de todas as grandes economias do planeta, inclusive as do G20. “É essencial que diversas economias emergentes façam um esforço extra para contribuir [com mais ação climática]. Precisamos da liderança de todos os países do G20”, disse o diplomata português. Associated Press e Reuters destacaram os principais pontos da conversa.

A franqueza também foi o tom da entrevista de Guterres para a Associated Press. Ele pediu aos EUA e à China que “restabeleçam uma relação funcional” para que eventuais disputas geopolíticas entre eles não contaminem os esforços globais contra a crise climática. Também lamentou que o mundo não esteja aproveitando a pandemia para impulsionar uma agenda de desenvolvimento sustentável, com foco na transição energética renovável e na recuperação econômica verde. “Há um ano, víamos um movimento mais claro na direção certa, e esse movimento diminuiu nos últimos meses. Portanto, precisamos recuperar esse ímpeto, senão nos encaminhamos para um desastre”.

A ex-diplomata francesa, Laurence Tubiana, uma das negociadoras-chefe do Acordo de Paris em 2015, escreveu no Financial Times sobre a importância de EUA e China não empurrarem o mundo para o abismo climático por causa de seus desentendimentos. “Mísseis de longo alcance, porta-aviões e submarinos não podem, que eu saiba, proteger contra furacões, secas e aumento do nível do mar”.

 

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ClimaInfo, 20 de setembro de 2021.

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