“OPEP prevê um vencedor na transição energética global: a OPEP”

OPEP

A manchete, tirada do Wall Street Journal, resume bem o recente relatório da Organização sobre o futuro róseo do petróleo. A recuperação econômica pós-pandemia fará a demanda subir nas alturas até chegar a um patamar a partir de 2035. Assim, em 2023, a demanda ultrapassará as vendas de 2019. Na sua visão, as políticas climáticas não serão implementadas na velocidade prometida, garantindo os sonhos dos países árabes. Mesmo após 2035, segundo o relatório, a demanda não cai e o petróleo seguirá sendo a principal fonte de energia pelo menos até 2045. A única menção à meta de 2oC do Acordo de Paris é para dizer que o grau de ambição das NDCs apresentadas praticamente garante que esse limite será ultrapassado. Vale ver as matérias de Bloomberg, AP e Reuters sobre o relatório.

Esta semana, o preço do barril de petróleo ultrapassou a marca de US$80 pela primeira vez em 3 anos. Atribui-se esta alta às altas explosivas do preço do gás natural e do carvão comentadas na nota anterior. O Valor e o Financial Times comentaram a alta.

Em tempo: Um dos motivos para a alta do barril foi a passagem destrutiva do furacão Ida pelos campos de petróleo do Golfo do México há um mês. Depois que as plataformas e a infraestrutura costeira voltaram a funcionar, constatou-se que há vazamentos de petróleo e gás para todo o lado. O New York Times postou uma animação em um mapa indicando o local e tamanho de dezenas de manchas de óleo. Gente da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica) disse que o tamanho dos danos não tem precedência nos 10 anos de registros da agência. Os registros não abrangem os danos provocados pelo Katrina em 2005, nem a explosão da plataforma da BP em 2010. Ambos os desastres foram piores do que o causado pelo Ida.

 

ClimaInfo, 29 de setembro de 2021.

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