Uma das atividades produtivas mais intensivas em uso do solo, a pecuária ocupava 156 milhões de hectares do território brasileiro no ano passado, de acordo com dados apresentados ontem (13/10) pelo MapBiomas. A área equivale a mais de seis vezes a do tamanho do estado de São Paulo.
A produção de gado avançou em todos os biomas brasileiros nos últimos 35 anos: somente na Amazônia, o crescimento da pastagem foi de 200%, totalizando mais de 56 milhões de hectares, a maior extensão de pastagens entre todos os biomas do país.
Em termos percentuais, a Mata Atlântica é o bioma com maior ocupação por pastagens (25,7%, com 28,5 milhões de hectares), seguida por Cerrado (23,7%, ou 47 milhões de hectares) e Pantanal (16%, ou 2,4 milhões de hectares). Os estados com maior área de pasto são Pará (21,5 milhões de hectares), Mato Grosso (21 milhões) e Minas Gerais (19,3 milhões).
“As pastagens ocupam em torno de ⅕ da área do país. Porém, a distribuição dessas áreas é desigual, o que contribui para a fragmentação dos ecossistemas”, explicou Vinícius Vieira, do MapBiomas, citado pelo g1. “Essas áreas, quando mal manejadas, contribuem para a emissão de carbono e o surgimento de processos erosivos”.
O Globo Rural também destacou os principais números do levantamento.
Em tempo: No Valor, Daniel Rittner coloca o dedo na ferida em um dos argumentos mais repetidos pelo agronegócio para defender a sustentabilidade no setor. Nomes importantes do agro, como os ex-ministros Roberto Rodrigues e Kátia Abreu, defendem que a produção de alimentos pode crescer no Brasil sem desmatar um metro quadrado de vegetação. “Se existe um aparente consenso, então por que raios ainda desmatamos tanto? Por que a devastação continua sendo financiada com recursos públicos (crédito com taxas subsidiadas, seguro rural, anistias, incentivos tributários)?”, questionou Rittner. Com a palavra, o governo federal e a bancada ruralista no Congresso Nacional.
ClimaInfo, 14 de outubro de 2021.
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