Crise climática poderá empobrecer ainda mais a África, alerta OMM

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A intensificação de eventos climáticos extremos está causando insegurança alimentar, pobreza e deslocamento na África, agravando a crise socioeconômica e de saúde causada pela pandemia. A conclusão é da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que divulgou um relatório sobre o estado do clima do continente africano no último ano.

As projeções para a próxima década preocupam: se o planeta continuar se aquecendo no ritmo atual e sem ações de adaptação das comunidades mais vulneráveis, até 118 milhões de pessoas extremamente pobres (subsistência diária menor do que US$ 1,90 por dia) serão expostas a seca, inundações e calor extremo na África. O PIB da África subsaariana, uma das áreas mais pobres do mundo, pode ficar até 3% menor nas próximas décadas por causa da crise climática.

“Durante 2020, os indicadores climáticos na África foram caracterizados pelo aquecimento contínuo das temperaturas, aumento acelerado do nível do mar, condições meteorológicas extremas e eventos climáticos, como inundações, deslizamentos de terra e secas, e impactos devastadores associados”, disse Petteri Taalas, secretário-geral da OMM. Ele também citou o risco de que o continente perca suas últimas geleiras nas próximas décadas, o que “sinaliza a ameaça de uma mudança iminente e irreversível” para o clima africano.

O Globo, AFP, Al-Jazeera, Associated Press, NY Times e Reuters repercutiram a análise da OMM.

Em tempo: A agência da ONU para refugiados (ACNUR) projetou que mais de 700 mil pessoas foram afetadas pelas enchentes recentes no Sudão do Sul, as piores em quase 60 anos na região. “As chuvas no Sudão do Sul devem continuar pelo resto do ano, com um aumento previsto no número de pessoas que precisam de assistência humanitária”, observou Arafat Kamal, representante da ACNUR no país. “Além disso, as tensões climáticas, tanto enchentes quanto secas, às vezes ocorrendo no mesmo ano, geraram conflitos entre as comunidades, já que as comunidades são forçadas a buscar e compartilhar refúgio em trechos cada vez menores de terrenos mais altos e buscam desesperadamente compensar a perda de renda”. A notícia é da Reuters.

 

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ClimaInfo, 20 de outubro de 2021.

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