Países estão ignorando Acordo de Paris com planos para aumentar produção de combustíveis fósseis, critica ONU

Acordo de Paris combustíveis fósseis

Uma nova análise do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) mostrou que muitos países estão mantendo planos ambiciosos para aumentar a produção de combustíveis fósseis nesta década, a despeito da crise climática e dos compromissos nacionais para redução das emissões de carbono e limitar o aquecimento global em 1,5°C neste século.

O relatório Production Gap mediu a lacuna entre a produção planejada pelos governos para carvão, petróleo e gás natural e os níveis de produção global consistentes com o cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris.

Os números são preocupantes. Os governos planejam produzir cerca de 110% a mais de combustíveis fósseis em 2030 do que seria consistente com a limitação do aquecimento em 1,5°C, e 45% a mais do que seria consistente com a meta de 2°C. Em termos específicos, os governos pretendem produzir 240% a mais de carvão, 57% a mais de petróleo e 71% a mais de gás até o final da década do que seria consistente com a meta de 1,5°C do Acordo de Paris.

Esses setores também receberam benefícios expressivos no último ano na esteira dos pacotes nacionais de retomada econômica pós-COVID. Ao todo, a indústria fóssil obteve mais de US$ 300 bilhões, um valor superior àquele destinado pelos países para fontes de energia renovável.

Por outro lado, o financiamento público internacional para a produção de combustíveis fósseis nos países do G20 e nos principais bancos multilaterais de desenvolvimento diminuiu significativamente nos últimos anos. De acordo com a análise, ⅓ destas instituições financeiras adotou políticas que excluem atividades de produção fóssil de seu portfólio de financiamento futuro.

CBN, O Globo, RFI e Valor destacaram a análise do PNUMA sobre os planos nacionais para produção de combustíveis fósseis nesta década. Associated Press, BBC, Guardian, Independent, New Scientist e Reuters também repercutiram essa notícia no exterior.

 

ClimaInfo, 21 de outubro de 2021.

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