Rumo à COP26: ausência de líderes em Glasgow preocupa negociadores

COP26 ausência de líderes

O governo do Reino Unido está se desdobrando para conseguir convencer o maior número de líderes internacionais a participar da Conferência do Clima de Glasgow (COP26), a partir do próximo dia 31. O problema é que, por ora, as ausências chamam mais a atenção do que as presenças confirmadas.

A relação de “fujões” não é pequena e ganhou nesta 4ª feira (20/10) mais um nome de peso: Vladimir Putin, presidente da Rússia. De acordo com o Kremlin, o líder russo pretende participar da COP de maneira virtual, sob a justificativa de que a pandemia ainda é motivo de preocupação para o governo do país. Putin se juntou a outros líderes emergentes, como Xi Jinping (China), Narendra Modi (Índia) e Jair Bolsonaro (Brasil), que também não passarão por Glasgow durante a COP. NY Times, Reuters e Washington Post deram mais detalhes.

O jornal Independent destacou a preocupação do presidente da COP, Alok Sharma, com as ausências de líderes internacionais na Conferência. O fato de nomes importantes não estarem fisicamente face a face pode trazer dificuldades para as negociações, especialmente para destravar pontos mais complicados da agenda política de Glasgow.

Até agora, 120 líderes internacionais confirmaram presença na COP, como os presidentes Joe Biden (EUA) e Emmanuel Macron (França), os primeiros-ministros Justin Trudeau (Canadá), Pedro Sánchez (Espanha), Mario Draghi (Itália) e Scott Morrison (Austrália), entre outros.

Enquanto alguns líderes esnobam a COP, observadores e representantes da sociedade civil seguem enfrentando problemas para conseguir viajar a Glasgow. A Reuters abordou o enrosco: além dos problemas associados à pandemia, como quarentenas e testes, as pessoas estão tendo muita dificuldade para achar hospedagem a preço digno na Escócia. Obviamente, isso é mais pesado para aqueles que vivem em países mais pobres, que dependem de algum tipo de ajuda para conseguir viabilizar sua participação em Conferências do Clima. Nesse caso, a preocupação está em uma eventual falta de representatividade das nações em desenvolvimento e mais vulneráveis nas negociações, o que ampliaria a marginalização que já acontece nesses ambientes.

 

ClimaInfo, 21 de outubro de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.