Doenças infecciosas podem avançar no mundo com crise climática

crise climática e saúde

Na comparação entre as décadas de 1950/59 e 2010/19 houve um aumento de 39% no número de meses com condições ambientalmente adequadas para a transmissão da malária em áreas densamente povoadas de países com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) baixo. Também em comparação à década de 1950, houve elevação do potencial epidêmico da dengue e da zika.  Já o número de casos de dengue vem dobrando a cada década desde 1990. Estes são alguns dos dados do estudo “Lancet Countdown on health and climate change: code red for a healthy future” (“Alerta Vermelho para o Futuro da Saúde”), que mostra os efeitos da crise climática sobre a saúde. O relatório também informa que secas e incêndios florestais mais frequentes ameaçam a segurança alimentar, lembrando que apenas em 2019 mais de 2 bilhões de pessoas foram afetadas pelo problema. Esse número pode aumentar dramaticamente, alertam os pesquisadores. Apesar disso, “estamos nos recuperando de uma crise de saúde sanitária de um jeito que coloca nossa saúde em risco”, lamenta Maria Romanello, principal autora do estudo. Anthony Costello, diretor-executivo do The Lancet Countdown, vinculado à revista médica The Lancet, ressalta que “a recuperação após a COVID-19 pode ser uma recuperação verde, com a qual abrimos o caminho para uma melhor saúde humana e uma menor desigualdade. Ou podemos seguir o velho esquema e nos colocar a todos em perigo”.

Produzido por especialistas de 43 instituições de pesquisas e agências da ONU (Organização das Nações Unidas) e observando 44 indicadores sobre o tema, o relatório foi divulgado nesta quarta (20) e noticiado por Folha, DW, Bloomberg e Washington Post, entre outros.

Em tempo: Um  levantamento feito pelo Fórum de Mulheres para Economia e Sociedade (WFES), plataforma que reúne líderes globais em diversas áreas, mostrou que mulheres mudaram seus hábitos para combater a crise climática mais que homens. Elas também são as mais propensas a aceitar argumentos para fazer essas alterações. Apesar disso, mulheres são minorias entre os formuladores e executores de políticas públicas nessa área, segundo o relatório. A notícia é da Folha.

 

ClimaInfo, 22 de outubro de 2021.

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