Conta de luz sobe mais de 25% em 2021 e é maior responsável pela inflação passar de 8%

conta de luz

O IBGE divulgou a prévia da inflação medida pelo IPCA-15, do IBGE, com o aumento geral chegando a 1,2% em outubro. Com isso, o acumulado no ano está em 8,3% e já passou de 10% nos últimos 12 meses. O Valor ouviu várias consultorias que esperavam que outubro não registrasse mais do que 1%. O item que mais subiu foi a conta de luz (quase 4% em outubro), que contribuiu com 0,19 pontos com a inflação do mês. Assim, a luz aumentou quase 25% em 2021. A CNN e o Valor comentaram.

Mesmo que chova acima da média histórica, o leilão de emergência realizado na 2ª feira garantiu que a conta de luz seguirá alta por um bom tempo: quase toda a energia contratada (96% dos 1.221 MW) virão de térmicas fósseis. A surpresa negativa foi o preço médio do MWh de R$1.564 que, segundo o IEMA, foi mais de sete vezes maior do que os R$211 do leilão A-6 de 2019. O leilão contratou energia de maio do ano que vem até dezembro de 2025, assegurando o preço alto. O que garante que a conta seguirá alta é que 8 das 14 usinas contratadas rodarão na base, isto é, o tempo todo, independente do nível dos reservatórios. Isso só faria sentido se a bola de cristal do ministro previsse pouca chuva nos próximos anos, apesar de ela não tê-lo avisado da crise hídrica deste ano. Como lembra o IEMA, além do impacto no bolso, essas térmicas contribuirão para o aquecimento global e fornecerão muitos poluentes para os pulmões de quem vive nas suas proximidades.

Além de frear o esvaziamento dos reservatórios, as chuvas que caem no Sudeste vieram acompanhadas de temperaturas baixas. Segundo o Valor, com aparelhos de ar condicionado funcionando menos, o consumo de eletricidade nas 2 primeiras semanas de outubro foi quase 8% menor do que no mesmo período de 2020, quando houve uma forte onda de calor.

Para evitar mais crises hídricas seria preciso, dentre outras, zelar pelos mananciais. Um alerta importante é dado em um artigo publicado n’((0)) eco, sobre o impacto da ocupação desordenada em áreas ao redor de São Paulo, que nominalmente, seriam protegidas. O olhar dos especialistas se aplica às outras regiões metropolitanas do país.

A crise hídrica se estende por toda a bacia do Paraná, impactando nossos vizinhos ao sul. Agora foi o Wall Street Journal que publicou um artigo relatando o impacto sobre o escoamento da safra de grãos e a geração elétrica. O desmatamento da Amazônia é tido como uma das possíveis causas da seca.

 

ClimaInfo, 27 de outubro de 2021.

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