Com pressão internacional, Brasil assina declaração em defesa do limite de 1,5°C para o aquecimento global

9 de novembro de 2021

Depois de dar o braço a torcer nas questões do metano e do desmatamento zero, o Brasil deve recuar em mais um tópico nas negociações da COP26 por conta da pressão internacional que vem sofrendo. A expectativa é de que o ministro Joaquim Leite, na condição de chefe da delegação brasileira durante o segmento de alto nível da Conferência de Glasgow, assine nesta semana uma declaração na qual o Brasil se compromete com o limite de 1,5°C para o aquecimento do planeta neste século em comparação com os níveis pré-industriais.

Essa é a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris, resultado de demandas de países vulneráveis à crise climática que sofrerão com ameaças existenciais nas próximas décadas se a elevação da temperatura superar a marca.

Como Daniela Chiaretti observou no Valor, a ação do governo brasileiro é mais uma no esforço para recuperar o prestígio e a imagem internacional do país, esgarçada pelo desgoverno ambiental de Jair Bolsonaro. Rafael Garcia e Eliane Oliveira também abordaram o tema n’O Globo. Já a Bloomberg repercutiu a notícia no exterior.

Em compensação, Jamil Chade informou no UOL que o governo brasileiro está se articulando com seus parceiros do grupo BASIC (Brasil, África do Sul, Índia e China) para exigir das nações industrializadas e desenvolvidas um novo compromisso de financiamento climático. A proposta dos países emergentes é criar uma  estrutura formal para avaliar o patamar de contribuição financeira dos países, o que não tem sido visto com bons olhos por estas nações. Sem avanços nesse ponto, o BASIC sinaliza que eventuais compromissos adicionais de mitigação estarão inviabilizados.

Em tempo: 1,5°C. Eis o “número mágico” das negociações climáticas em Glasgow. Seth Borenstein fez uma descrição interessante na Associated Press sobre a relevância deste número e de que maneira os resultados da COP26 podem viabilizar (ou impedir) esta meta de aquecimento. O relógio e o legado de mais de um século de emissões antrópicas jogam contra; no entanto, para muita gente, limitar o aquecimento em 1,5°C é uma necessidade existencial.

 

ClimaInfo, 9 de novembro de 2021.

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