Os ecossistemas do planeta guardam cerca de 150 bilhões de toneladas de carbono irrecuperável, onde pouco mais de 20% estão em áreas protegidas e ⅓ são zeladas por populações indígenas. O conceito de carbono irrecuperável se aplica a ecossistemas manejáveis pela humanidade e que, se liberadas para atmosfera, não podem ser recuperadas até a metade deste século.
Um trabalho publicado pela Nature fez um pente fino para localizar as 6 principais áreas ao redor do mundo que precisam de atenção redobrada, se quisermos limitar o aquecimento global. A bacia do Amazonas é uma das maiores e mais importantes. Outras, ainda no hemisfério sul, são as florestas tropicais da bacia do Congo e das ilhas de Nova Guiné e Bornéu. A Indonésia divide estas ilhas, a primeira com Papua Nova-Guiné e a segunda com a Malásia. No hemisfério norte, entram na lista toda a tundra que vai desde o norte da Escandinávia, atravessando a faixa norte da Sibéria até a parte que fica no entorno da baía de Hudson, no norte do Canadá. Além disso, são contabilizadas ainda as florestas da Colúmbia Britânica e do noroeste dos EUA ao longo do litoral do Pacífico. Metade do carbono irrecuperável ocupa pouco mais de 3% da área continental do planeta.
O trabalho destaca a importância da presença de populações indígenas que detêm o conhecimento para melhor preservar as áreas e, em seguida, a da designação de áreas protegidas.
O Guardian comentou o trabalho.
Outro trabalho, também publicado na Nature, avisa que a capacidade do solo de armazenar carbono diminui fortemente com a elevação da temperatura. Este é um exemplo de um feedback positivo e ruim, visto que liberar carbono na atmosfera acelera o aumento da temperatura.
Ambos artigos da Nature são abertos e acessíveis a todos.
ClimaInfo, 22 de novembro de 2021.
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