Países confirmam compromisso voluntário para impulsionar combustível limpo no transporte marítimo no Ártico

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Uma semana após adiar a revisão de sua estratégia de descarbonização para a indústria do transporte marítimo comercial, a Organização Marítima Internacional (OMI) aprovou uma resolução que pressiona as as transportadoras globais a reduzir as emissões do chamado carbono negro na região do Ártico. De acordo com o documento, os países-membros se comprometem voluntariamente a trabalhar com as empresas privadas para ampliar o uso de combustível limpo no transporte marítimo de mercadorias no extremo norte da Terra.

Esse não é um problema banal. Resultado da queima de óleo combustível pesado, que gera partículas de fuligem, o carbono negro tem impacto particularmente negativo no Ártico, já que seus resíduos escurecem o gelo e diminuem a capacidade da manta congelada ártica de refletir parte da radiação solar de volta para o espaço, contribuindo assim para o aquecimento do planeta.

Segundo o Climate Home, ativistas climáticos saudaram a decisão, mas reforçaram que o caráter voluntário enfraquece sua efetividade. “É questionável quantas empresas privadas agirão nesse sentido como resultado [da resolução]”, afirmou John Maggs, presidente da Clean Shipping Coalition.

Por outro lado, medidas simples já existentes, como o uso de combustível destilado e a instalação de filtros de partículas, poderiam resultar em uma redução imediata de mais de 90% das emissões de carbono negro pelas embarcações comerciais.

Ainda sobre a OMI, a Bloomberg destacou a frustração de analistas e observadores com a falta de avanços imediatos nas conversas climáticas dentro da entidade. Para eles, o momentum criado pela COP26 para avançar com essa agenda está sendo desperdiçado pelos países.

 

ClimaInfo, 30 de novembro de 2021.

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