Como o La Niña pode voltar a bagunçar o clima global em 2022

La Niña 2022

Há previsão de menos chuva no Sul e mais no Nordeste e ao norte da bacia do Amazonas e, em geral, em todo o país, temperaturas abaixo da média histórica para o período. Pelo segundo ano consecutivo passaremos os próximos meses sob a influência de um La Niña. Se o fenômeno foi considerado moderado a alto no ano que está terminando, desta vez ele será de moderado a baixo. A avaliação meteorológica foi feita no final de novembro pela Organização Meteorológica Mundial (WMO).

Fará mais calor nos norte e nordeste da Ásia e do Ártico, na costa atlântica da América do Norte, e em grande parte do Caribe e da Europa. O Bureau de Meteorologia australiano (BoM) indica que isto pode durar até o começo do próximo outono.

Uma matéria do Financial Times destacou que, em novembro, a Austrália viu cair a maior quantidade de chuva para o mês nos registros.

A AP conta que também choveu muito na costa noroeste dos EUA, mas que, um pouco mais para o interior, nevou abaixo da média ao longo das Rochosas, onde ficam boa parte das estações de ski, como conta outra matéria, também da AP. A matéria diz que os efeitos do La Niña se combinaram com um jet stream que ficou parado com a faixa de baixa pressão despejando muita água sobre o noroeste americano e, do outro lado, gerando um inverno mais quente e seco.

A mudança do clima deve reduzir o montante de neve nas Rochosas cada vez mais. Este, pelo menos, é o resultado apresentado em um trabalho publicado na Nature. Os autores apontam a importância do governo adotar estratégias de adaptação ao novo anormal. O Washington Post comentou o trabalho.

Em tempo: Não há dúvidas que vem aumentando a atividade de furacões que nascem no Atlântico norte e atingem o litoral dos EUA e em todo o Caribe. Antes dos satélites meteorológicos, navios cruzando Atlântico e Caribe forneciam os dados existentes, principalmente após a 1ª Guerra Mundial. Para antes disso, os dados são mais escassos. Pesquisadores publicaram um artigo na Nature com os resultados de uma sintonia fina na modelagem que permitiu recriar os furacões desde meados do século 19. O modelo indica uma atividade maior até a 1ª Guerra do que os dados existentes e um aumento constante até os dias de hoje, interrompido apenas entre os anos 70 e 80, fenômeno que os pesquisadores atribuem às emissões antrópicas de aerossóis.

A Reuters comentou o trabalho e o UOL publicou uma tradução da matéria.

 

ClimaInfo, 6 de dezembro de 2021.

Clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.