Últimos sete anos foram os mais quentes já registrados, dizem cientistas europeus

A mensagem “O tempo está esquentando!”, que volta e meia aparece nos cartazes empunhados por jovens do movimento Fridays for Future durante protestos contra a inação das autoridades frente à crise climática, dialoga diretamente com o que apontam os cientistas da Copernicus, agência climática da União Europeia.

Levantamento da agência divulgado nesta 2ª feira (10/01), indica que os últimos sete anos foram os mais quentes desde o início das medições. Embora as atividades da Copernicus tenham sido iniciadas em 1950, os pesquisadores combinam os dados com outros registros que remontam ao século 19, como aponta matéria do The New York Times. Por isso, estão confortáveis em afirmar que a temperatura média global, em 2021, foi 1,1 a 1,2 graus Celsius mais alta do que no período pré-industrial.

Pelo ranking do Copernicus, 2021 foi o quinto ano mais quente por uma margem bem pequena na comparação com 2015 e 2018. Os anos mais quentes, segundo os registros, foram os de 2016 e 2020.

O aquecimento não aconteceu de maneira uniforme ao redor do globo em 2021. O calor extremo causou a “mãe de todas as ondas de calor” no oeste dos Estados Unidos e no Canadá, com recordes de temperatura cinco graus acima da média, relembrou o The Guardian, ao repercutir os dados do Copernicus.

O New York Times destacou que, embora Europa e os EUA tenham enfrentado em 2021 os verões mais quentes já registrados, e as altas temperaturas do Ártico tenham sido responsáveis pelo evento inédito de chuva no cume gélido da Groenlândia, outras partes do planeta, como a Austrália e partes da Antártica registraram temperaturas abaixo da média.

Outros órgãos de pesquisa renomados, como o Berkeley Earth, e as agências governamentais dos Estados Unidos, NASA e a NOAA (sigla em inglês para Administração Nacional Oceânica e Atmosférica), vão divulgar seus dados nas próximas semanas. O levantamento da Copernicus repercutiu internacionalmente em Reuters, Bloomberg, Al Jazeera, BBC, Financial Times, Time, The Wall Street Journal, entre outros. Os dados também tiveram ampla repercussão no Brasil. Folha, Veja, Agência Brasil e CNN Brasil publicaram sobre o assunto.

 

ClimaInfo, 12 de janeiro de 2022.

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