Apesar das promessas, grandes empresas ainda tropeçam no combate ao desmatamento

grandes empresas desmatamento

Publicamente, elas só falam de Plano Net Zero, Certificações ESG e responsabilidade corporativa. Na prática, apenas um terço das 350 empresas de comércio de commodities mais expostas ao desmatamento tem algum plano para evitá-lo, afirma o estudo intitulado A climate wake-up, divulgado ontem.

Entre os bancos que financiam essas companhias, a situação é ainda pior – quase 70% das 150 instituições financeiras não têm uma política antidesmatamento, incluindo os três maiores gestores de ativos do mundo, BlackRock, Vanguard e State Street.

O relatório deixa claro o que muitos analistas já vinham alertando: as novas leis de due-diligence propostas nos Reino Unido, União Europeia e EUA pegarão a maior parte das empresas de calças curtas. Tais leis exigirão que as empresas garantam que os bens importados não estejam ligados ao desmatamento. Mesmo aquelas que já têm alguma política de prevenção do desmate terão dificuldade porque um terço delas parece não monitorar seus fornecedores ou suas próprias operações.

“No ano passado, mais de 140 governos reconheceram a necessidade urgente de proteger as florestas, mas a maioria das empresas e instituições financeiras com maior capacidade para deter o desmatamento estão fazendo pouco ou nada. Como os principais governos consumidores começam a traduzir esses compromissos em legislação dura e rápida, as empresas que não levam o desmatamento a sério estão terrivelmente despreparadas e enfrentam riscos reais”, afirmou Niki Mardas, Diretor Executivo da Global Canopy, autora do estudo. A notícia foi destaque em Reuters, DeSmog, Bloomberg e France 24.

 

ClimaInfo, 14 de janeiro de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.