Em meio a clima extremo, Argentina decreta emergência agrícola

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A seca dos últimos dias afetará a safra de grãos prevista para 2021/2022 na América do Sul, com impactos ainda difíceis de estimar para as economias de cada país. Argentina e Brasil dificilmente entregarão o que planejavam para a safra de milho, por exemplo, segundo análise da consultora Marianela de Emílio destacada pelo Diálogo Chino. “O clima continua a colocar as projeções de produção da América do Sul na corda bamba, com ajustes de área de plantio e rendimentos potenciais para baixo”, avalia a consultora.

Estas condições de clima adverso não são totalmente novas. O Paraguai, o sul do Brasil e o nordeste da Argentina são atravessados pelos rios que compõem a bacia do Prata. Estes territórios vêm experimentando um grave déficit hídrico há três anos, com dois verões consecutivos sob a influência de La Niña. E este verão foi excepcional pela onda de calor que quebrou vários recordes de temperaturas máximas nesses três países e no Uruguai.

As chuvas que começam a cair na Argentina desde terça (25) aliviam temporariamente o problema, reporta o Infobae, ao mesmo tempo em que causam outros prejuízos. Buenos Aires recebeu uma bomba hídrica de 200 mm de chuva em algumas horas, reportam Reuters e A24. E o país ainda viu geadas e chuvas de granizo nas regiões produtoras de vinho, fechando o combo que levou a Argentina a decretar estado de emergência agrícola, informa em detalhes o Valor.

No Sul do Brasil, a onda histórica de calor continua até pelo menos quinta (27/1), informam g1 e Exame. Antes disso, a simpática e tradicional pauta sobre fritar ovo no asfalto será o único refresco dos catarinenses.

Em tempo: Os choques econômicos derivados da combinação de secas e chuvas extremas foram tema de artigo da Nature, destacado pela Science News.

 

ClimaInfo, 26 de janeiro de 2022.

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