A febre dos SUV chega no mercado elétrico; por que isso é ruim?

7 de fevereiro de 2022

A preferência dos consumidores por carros grandes é extremamente ruim para o clima e para as cidades, mesmo quando esses veículos são elétricos. O fetiche é particularmente preocupante nos Estados Unidos, onde desde 1990 o peso dos automóveis novos aumentou 25% – na Europa e no Reino Unido o aumento foi de 15% desde 2001.

Mais peso significa uso mais intensivo de matérias-primas. E no caso dos elétricos, também significa que o grid de energia elétrica limpa para descarbonizar a economia terá que ser muito maior do que o previsto, indica um novo estudo.

A Bloomberg traz a pauta, destacando críticas à política climática de Biden por ajudar a promover a continuidade dessa preferência por carrões.

Em 2021, os modelos elétricos responderam por 9% do mercado global de carros, segundo relatório da IEA repercutido pelo Estadão, e eles pesam mais. Em 2020, a massa média de novos veículos elétricos vendidos na Europa era cerca de 16% mais pesada do que a média de todos os veículos vendidos, de acordo com o Conselho Internacional sobre Transporte Limpo.

Esse peso é ainda maior no caso dos híbridos plug-in – que têm motores elétricos e a combustão – por estes frequentemente serem SUVs. O DailyMail chama a atenção para as emissões de partículas poluentes por veículos elétricos no uso de freios e pneus devido exatamente à questão do peso.

Novos desenvolvimentos no setor de baterias possivelmente deixarão os carros elétricos mais leves e eficientes, mas uma mudança de mentalidade na indústria automobilística do tipo “menos é mais”, é indispensável.

No Brasil, o assunto engatinha. A CNN destaca que até o começo do segundo semestre de 2022, o país terá 100 mil veículos elétricos rodando.

Em tempo: Um estudo publicado na Lancet dá a dimensão do problema da poluição automotiva. 86% dos habitantes de áreas urbanas da Terra – 2,5 bilhões de pessoas – estão sendo envenenadas cotidianamente pela poluição por material particulado (PM2,5) acima dos níveis de segurança indicados pela OMS. O material tóxico é emitido principalmente por veículos automotores a combustão e agrava ou induz crises respiratórias, cardiovasculares e câncer. Cerca de 1,8 milhões de mortes no mundo apenas no ano de 2019 são atribuíveis a este tipo de poluição. O Washington Post deu destaque.

 

ClimaInfo, 8 de fevereiro de 2022.

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