No Valor, Daniela Chiaretti antecipa a intenção da rede “Uma Concertação pela Amazônia” de construir uma proposta de agenda ambiental para os primeiros 100 dias do próximo governo. A Concertação reúne mais de 500 lideranças do setor público e privado, economistas, ambientalistas e pesquisadores. O objetivo não é fazer advocacy com os candidatos, mas posicionar-se como um hub de conhecimento para um governo de transição, segundo diz Renata Piazzon, secretária-executiva do movimento.
Como a Concertação almeja colocar a Amazônia no centro do debate político, outra ideia é constituir uma forte bancada ambiental que faça contraponto à frente ruralista. Por isso, o grupo também quer conseguir ao menos 40 parlamentares no Congresso e dez governadores que defendam propostas de desenvolvimento sustentável para a região.
Por outro lado, em mais uma demonstração da intensa preocupação internacional com a Amazônia, o senador democrata norte-americano Ed Markey criticou a legalização da grilagem de terras, que elevará o desmatamento da Amazônia, contrariando as promessas que o Brasil fez na COP26. O recado dado no Twitter tem endereço certo, o nosso Congresso e seu pacote de projetos de destruição ambiental.
Enquanto isso, em outro hemisfério, Bolsonaro agradeceu o presidente russo por defender a soberania brasileira na Amazônia. Também “deu match” na visão dos dois presidentes para os combustíveis fósseis: Bolsonaro afirmou que existem “amplas possibilidades” para acréscimo de negócios na exploração de gás, petróleo e derivados, bem como exploração de águas profundas e hidrogênio. Para alegria do lobby nuclear, a fonte de energia foi citada nas falas dos dois presidentes. As promessas relativas aos fertilizantes que a Rússia exporta para o Brasil também devem ter aliviado o agronegócio.
As sinergias fósseis entre Bolsonaro e Putin estão detalhadas em matérias no Valor, O Globo, Folha, CNN e Veja.
Em tempo: Mais uma evidência do grau de desconhecimento sobre a biodiversidade da Amazônia: acaba de ser anunciada a descoberta da Tovomita cornuta, um nova espécie vegetal, por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A descoberta é também uma evidência das ameaças ao bioma: a espécie recém-descoberta foi classificada como “criticamente ameaçada”, ou seja, em risco de extinção. O g1 conta a história.
ClimaInfo, 17 de fevereiro de 2022.
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