IEA propõe 10 medidas para a Europa reduzir sua dependência do gás russo

4 de março de 2022
gás Europa

Diante do risco de faltar gás para aquecer a Europa neste inverno, a Agência Internacional de Energia (IEA) sugeriu 10 medidas.

No ano passado, a Europa importou 155 bilhões de metros cúbicos (bmc) de gás da Rússia que supriu 40% da sua demanda.

De imediato, a IEA sugere aumentar a produção própria e comprar mais de países conectados por gasodutos, como, por exemplo, o Azerbaijão. Como existe uma sobra de capacidade de regaseificação, a Europa ocidental poderia comprar mais gás liquefeito. A IEA estima que estas medidas supririam pelo menos 20% do que a região importou da Rússia em 2021.

Ao final do ano, vencem contratos de compra de gás da Gazprom russa que não precisariam ser renovados. E, até o final da década, vencem os demais contratos. A IEA recomendou não renovar contrato algum.

No ano passado, a Europa viu o preço do gás disparar. Um bom remédio, segundo a IEA, é aumentar a capacidade de estocagem. Isso certamente ajudaria a amortecer crises de curta duração.

A médio e longo prazo, o caminho é aumentar rapidamente as gerações eólica, solar e por biometano. Projetos que entrarão em operação este ano, cortarão 6 bilhões de metros cúbicos da demanda de gás e outros 7 bilhões no curto prazo.

Do lado da demanda, a Agência recomenda acelerar a substituição de aquecedores a gás por bombas de calor, aumentar a eficiência no uso da eletricidade e da calefação e encorajar consumidores a ajustarem seus termostatos.

O Guardian destacou o pedido para baixar os termostatos em 1°C. A Bloomberg e a Reuters o potencial de redução de ⅓ de importações no curto prazo. E o Financial Times o pedido para não renovar os contratos com a Gazprom.

Nathaniel Bullard, na Bloomberg, diz que a invasão da Ucrânia trouxe à tona as conexões entre energia, clima, comércio e, claro, a política. Como título do artigo, ele cravou: O choque do velho e a promessa do novo.

Ao falar de um abrigo antibombas, o ministro do Meio Ambiente ucraniano, Roman Shakhmatenko, exortou durante uma reunião do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) os países a boicotarem todos os fósseis russos (tanto os combustíveis quanto os dirigentes). A Climate Change News divulgou a fala de Shakhmatenko.

Em tempo 1: Uma das vítimas da guerra está sendo o preço do carbono no mercado europeu. Este havia batido a marca recorde de € 97 a tonelada no começo de fevereiro e prometia seguir subindo. Segundo o Guardian, a invasão russa fez investidores trocarem o carbono climático por ativos mais ligados a moedas como o dólar ou até pelo setor fóssil, agitado com preços elevados. As sanções implantadas e as acenadas, aumentam o espectro de uma redução no ritmo da economia, da produção e das emissões de gases de efeito estufa, fazendo sobrar as permissões para emitir. A tonelada fechou ontem em € 70.

Em tempo 2: A China começou a cancelar pedidos para importar carvão da Rússia, preocupada com a possibilidade do sistema financeiro bloquear as transações com o país de Putin. Assim, segundo a Reuters, subiram os preços do carvão das Indonésia, Austrália e África do Sul. No ano passado, a China comprou mais de 50 milhões de toneladas de carvão russo, gastando nisso algo próximo a US$ 7,4 bilhões.

 

ClimaInfo, 4 de março de 2022.

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