Desmatamento afeta diversidade de peixes na Amazônia, diz estudo

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Peixes sensíveis a alterações no ambiente estão sendo paulatinamente substituídos por poucas espécies que são mais resistentes aos impactos do desmatamento da Amazônia, mostra um novo estudo conduzido por pesquisadores do Brasil, da Colômbia e dos EUA. Além da perda de biodiversidade, o fenômeno acarreta uma perda de funções ecológicas exercidas pelos peixes que desaparecem.

Os pesquisadores coletaram dados em 75 riachos com diferentes graus de preservação na bacia do rio Machado, um dos tributários do Madeira, e usaram imagens de satélite da região feitas entre 1984 e 2011 para avaliar o histórico de desmatamento. Os resultados sugerem um processo semelhante ao ocorrido em áreas com longa história de desmatamento, como São Paulo, e que agora se repete em Rondônia, no chamado Arco do Desmatamento.

Lilian Casatti, professora da Unesp e coordenadora do projeto “Peixes de riachos de terra firme da Bacia do Rio Machado, RO”, conta que seu grupo sempre trabalhou com peixes de riachos no Estado de São Paulo, que tem um histórico de mais de 200 anos de uso intenso do solo e de substituição da floresta por lavouras e criações de gado. “Queria saber como seriam os riachos em um lugar não tão alterado, pelo menos não há tanto tempo. Mas quando chegamos a alguns pontos de Rondônia parecia que não tínhamos saído do oeste paulista, tamanho era o assoreamento, o desmatamento das margens, o capim invadindo o meio aquático”.

O estudo foi publicado na revista Neotropical Ichthyology, noticiado pela Agência FAPESP e repercutido por Estadão, Folha e Um Só Planeta.

 

ClimaInfo, 14 de março de 2022.

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