Executivos da Shell são processados por não preparar transição para o net-zero

O conselho diretivo da petroleira Shell está sendo processado na justiça do Reino Unido sob a acusação de não ter preparado adequadamente a empresa para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e atingir a neutralidade líquida das emissões de carbono. A ação foi movida pela entidade ClientEarth contra 13 diretores da multinacional com base na lei britânica de sociedades, que prevê a possibilidade de responsabilização judicial dos diretores de uma empresa caso eles se omitam na gestão da companhia.

Caso as Cortes britânicas aceitem o argumento, a Shell poderá ser obrigada legalmente a mudar sua estratégia corporativa de net-zero, tomando medidas concretas para alinhar seus objetivos com as metas climáticas do Acordo de Paris. “É a primeira vez que alguém procura responsabilizar o conselho por não se preparar adequadamente para a transição líquida zero”, afirmou Paul Benson, advogado da ClientEarth, ao Guardian. “A Shell está realmente muito exposta aos riscos das mudanças climáticas, que são riscos físicos e riscos de transição. Eles estão expostos ao que chamamos de risco de ativos encalhados, onde seus ativos – por exemplo, suas instalações, sua infraestrutura física – o valor disso só vai reduzir ou se tornará um passivo à medida que a transição zero líquida progride”. Financial Times e Reuters repercutiram a notícia.

Ainda sobre a Shell, a Reuters noticiou que um tribunal nigeriano proibiu a empresa de vender qualquer ativo de sua propriedade no país enquanto a justiça não tomar uma decisão quanto a uma multa de quase US$ 2 bilhões imposta pelo governo por causa de um derramamento de óleo. A Shell argumenta que não é a responsável pelo dano, mas a decisão preliminar da justiça da Nigéria deu ganho de causa aos moradores de Egbalor Ebubu, no estado de Rivers.

 

ClimaInfo, 16 de março de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.