EUA exigirão mais informações em relatos corporativos sobre riscos climáticos

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A Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos Estados Unidos apresentou ontem  (21/3) novas regras que exigirão mais clareza e detalhes por parte das empresas norte-americanas sobre como elas estão lidando com a questão da mudança do clima em sua estratégia corporativa e em seus negócios. Pela proposta, as empresas serão obrigadas a descrever os riscos climáticos de suas operações quando apresentarem declarações de registro, relatórios anuais e comunicações a investidores e órgãos governamentais. Além disso, informações sobre as emissões de escopo 3 (ou seja, aquelas que acontecem fora de suas operações diretas, ao longo de sua cadeia de suprimentos) passarão a ser requisitadas.

“Hoje, investidores representando literalmente dezenas de trilhões de dólares apoiam divulgações relacionadas ao clima porque reconhecem que os riscos climáticos podem representar riscos financeiros significativos para as empresas, e os investidores precisam de informações confiáveis sobre os riscos climáticos para tomar decisões de investimento informadas”, disse Gary Gensler, presidente da SEC. “[Esta] proposta ajudará os emissores a divulgar esses riscos de forma mais eficiente e eficaz e atender a demanda dos investidores, como muitos emissores já procuram fazer”.

A proposta de relato corporativo de riscos climáticos da SEC coloca os Estados Unidos em uma posição de destaque no debate internacional sobre parâmetros e regras para identificação e relato de riscos climáticos das empresas no mercado financeiro. No entanto, a oposição republicana no Congresso norte-americano já se articula para contestar a proposta, sob a justificativa de que a SEC teria ido além de suas atribuições.

Bloomberg, Financial Times, NY Times, Reuters, Wall Street Journal e Washington Post repercutiram essa notícia.

Em tempo: Por falar em padrões corporativos climáticos, a iniciativa Science-Based Targets (SBTi) decidiu na semana passada pela expulsão de cinco empresas de petróleo e gás da relação de parceiras com compromissos climáticos baseados na ciência. A iniciativa vinha sendo questionada por manter em seu rol empresas de combustível fóssil, com negócios altamente baseados no carbono e em outros gases de efeito estufa. De acordo com o Climate Home, a SBTi corre para finalizar um conjunto de regras específicas para análise de empresas do setor de petróleo e gás. Empresas como Shell, Total e BP seguem como membros da SBTi.

 

ClimaInfo, 22 de março de 2022.

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